Novo presidente do Ipplam anuncia concurso para revitalização da Avenida Brasil e diz que obras no Eixo Monumental não sofrerão atraso

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O novo presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maringá (Ipplam), Edson Cardoso Pereira, assumiu o cargo esta semana anunciando a realização de um concurso público para a revitalização da Avenida Brasil. Na gestão de Celso Saito frente ao Ipplam, foi realizado concurso semelhante tendo como foco o Eixo Monumental.

No dia 1 de novembro o vencedor do concorrido concurso paisagístico para a Avenida Getúlio Vargas foi solenemente anunciado. Segundo o edital, o escritório Natureza Urbana (SP) teria como prêmio a assinatura de um contrato milionário com a prefeitura para o desenvolvimento dos projetos para execução das obras, estimadas em R$ 50 milhões.

No entanto, até esta quinta-feira (13/12) o resultado do concurso que atraiu dezenas de arquitetos de todo o país ainda não havia sido homologado e, consequentemente, o contrato também não fora assinado, segundo informações obtidas em consulta ao Portal da Transparência. O atraso em parte se deve, dizem, ao processo de mudança no Ipplam.

O novo presidente promete colocar a casa em ordem, recuperando o tempo perdido em relação ao primeiro concurso paisagístico e fazendo avançar o segundo, que pretende mexer com o principal eixo comercial de Maringá. A tarefa não é fácil. Administrações municipais anteriores tiveram problemas para fazer uma simples ciclovia na avenida.

As obras da ciclovia tiveram que ser adiadas para evitar que coincidissem com o bom momento de vendas do final de ano. A resistência à mudanças na Avenida Brasil certamente exigirá habilidades políticas que talvez tenham faltado no passado. Obras de impacto como as que se pretende não são feitas da noite para o dia.

O novo presidente do Ipplam, no entanto, acredita que a reivindicação dos comerciantes é tão antiga e a expectativa é tão grande que as dificuldades serão superadas. A ideia é fazer uma parceria com o Institutos dos Arquitetos do Brasil, como ocorreu em relação ao concurso para a revitalização do Eixo Monumental. Leia a entrevista.

Maringá Post Intervenções significativas em vias comerciais costumam gerar resistências por parte dos comerciantes, que temem quedas nas vendas durante o período das obras. A construção da ciclovia na Avenida Brasil teve que ser adiada para não coincidir com o período natalino, que aquece as vendas. O senhor concorda que isso poderá gerar problemas?

Edson Cardoso Pereira – Bem, qualquer obra de intervenção em sistema viário, principalmente, causa algum transtorno, sem dúvida. Porém, essas melhorias são esperadas há tanto tempo que todos vão estar ansiando para que isso aconteça. Os transtornos serão contornados da melhor maneira possível e os comerciantes vão estar a favor das obras com certeza.

MP O que se pretende, de um modo geral, fazer na Avenida Brasil? Quais os elementos paisagísticos a serem considerados? No caso do Eixo Monumental, água, árvores e plantas ganharam destaque. E na Brasil?

ECP Creio que o foco principal da mudança na Avenida Brasil é fazer um local que seja agradável para as pessoas comprarem, passearem e se encontrarem. Fazer um centro de compras a céu aberto, com bancos para sentar, floreiras, um paisagismo melhor e um local para andar com segurança. Acho que esses são os pontos a serem destacados neste projeto.

MP A ideia é que o concurso seja realizado quando? A parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil deverá se repetir?

ECP Estamos sim conversando com o Instituto dos Arquitetos do Brasil sobre a possibilidade de repetir essa parceria, sem dúvida. A ideia é que o concurso seja realizado no ano que vem, para que a gente já tenha ele na mão e possa estar pensando nas obras logo depois.

MP Qual o trecho que deverá sofrer intervenção? Vai avançar até o Maringá Velho? A Vila Operária também será contemplada?

ECP – A definição exata do trecho ainda não temos. Dependemos ainda de alguns estudos internos da secretaria de Mobilidade Urbana junto com o Ipplam para que a gente possa estar determinando o tamanho dessa intervenção, os custos dela e tempo de obra também, mas a parte principal, central, que é a de maior cobrança dos comerciantes, com certeza será atendida.

MP – O concurso do Eixo Monumental teve o vencedor anunciado no dia 1 de novembro, mas até o presente momento, a julgar pelas informações do Portal da Transparência, o processo não foi homologado e, consequentemente, o contrato para o desenvolvimento dos projetos não foi assinado. Isso vai atrasar as obras?

ECP – Realmente já temos a empresa vencedora e estamos em tratativas com eles. O concurso se referiu a um estudo preliminar que agora, juntamente com o Ipplan e demais secretarias que serão envolvidas vão se juntar para o desenvolvimento mais de perto desse estudo preliminar, até que se transforme em anteprojeto e projeto. Quanto à homologação é uma questão de documentos. A burocracia sempre tem lá a sua participação, mas não vai atrasar, até porque já temos esta determinação de estarmos junto com a empresa vencedora para o desenvolvimento do projeto.

MP – O senhor gostaria de tecer mais alguma consideração?

ECP – Gostaria de reafirmar a vontade dessa gestão, do prefeito, de além de fazer o cuidado que, digamos que seja obrigatório da cidade como um todo, como a parte financeira, ele também tem uma noção boa de que o espaço urbano é muito importante para o futuro das pessoas, para a edificação de um caráter melhor e de um desenvolvimento social. Ele tem dado esse apoio a nós, do Ipplam e da secretaria de Mobilidade, no sentido de que a gente possa estar desenvolvendo projetos que vão fazer diferença na vida dos maringaenses. A gente está muito feliz com isso e vamos realizar esses projetos com certeza.


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