CVV de Maringá adia para janeiro de 2019 a integração ao telefone 188. Centro precisa de voluntários para dar continuidade ao trabalho

  • Os voluntários maringaenses do Centro de Valorização da Vida (CVV) vão esperar a chegada de 2019 para estar totalmente integrados ao sistema nacional do 188. Desde que o antigo número 141 foi desativado, alguns voluntários de Maringá fazem o atendimento de casa, com o uso de um programa de computador que permite receber ligações.

    Um atraso na instalação do novo sistema, que integra todo o Brasil através do uso da internet, adiou o funcionamento no posto de Maringá. A mudança ocorreu na maioria dos estados brasileiros em setembro de 2017, depois que um convênio firmado entre o CVV e o Ministério da Saúde transformou o atendimento do órgão gratuito e unificado pelo 188. O Paraná foi um dos últimos estados a aderir à mudança, ao lado de Bahia, Maranhão e Pará.

    Além de tornar o serviço gratuito, a mudança foi feita para evitar longas esperas por atendimento. Antes, a ligação para o órgão tinha o custo de uma chamada local e a falta de voluntários poderia deixar pessoas em situação de desespero sem atendimento. Agora, quem acessa o serviço pode ser atendido por voluntários de qualquer parte do País.

    Maringá tem atualmente 19 voluntários plantonistas e outros 14 em fase de treinamento. A coordenadora do posto da cidade, Suzana Miranda Klein, explica que em janeiro, assim que a instalação do novo sistema estiver completa, eles começam uma espécie de estágio. “O período dura em média 30 dias e é um tempo para que o voluntário sinta se está realmente preparado para esse trabalho que é tão sério e importante”.

    O CVV recebe ligações de pessoas que estão com problemas de todo o tipo e não têm com quem conversar. “É um serviço que proporciona o desabafo, o que infelizmente nem sempre quem precisa encontra entre os amigos e familiares”, diz Suzana. O trabalho do centro está muito ligado à prevenção ao suicídio, assunto que para a coordenadora ainda é um grande tabu e com a qual as pessoas não querem ter contato.

    Segundo o Ministério da Saúde, o suicídio é um problema de saúde pública e no Brasil é a causa de 11 mil mortes por ano. O órgão ainda considera que 90% dessas mortes poderiam ter sido evitadas. Por isso, o CVV divulga um manual de como tratar do assunto e oferecer ajuda. O material traz sinais de alerta que as pessoas com intenção de suicídio podem apresentar e maneiras adequadas de abordá-las.

    Novos voluntários em 2019

    O CVV Maringá precisa de novos voluntários. A partir de 2019, o posto da cidade pretende disponibilizar um plantão diário das 15h às 3h da manhã. São três tipos de voluntários: os plantonistas que atendem às ligações; os de apoio que cuidam das atividades junto à comunidade; e os especialistas, que são profissionais que prestam serviços dentro da área de atuação profissional que possuem.

    Os voluntários plantonistas e de apoio precisam passar por um treinamento de dois meses, com encontros semanais que duram três horas. A próxima formação em Maringá está prevista para fevereiro e março de 2019, sempre às quintas-feiras em período noturno, no Sesi (Rua Antônio Carniel, 499, Zona 5).

    O voluntário do CVV doa tempo e atenção para quem deseja conversar com outra pessoa de forma anônima, sigilosa e sem julgamentos ou críticas. É necessário ter 18 anos e pelo menos quatro horas semanais disponíveis. Interessados devem enviar um e-mail para: [email protected] e solicitar a participação do treinamento, ou acessar esse link para fazer a inscrição.

    “Não é necessário ter qualquer formação ou experiência prévia, apenas vontade de ajudar o próximo. Ser voluntário do CVV proporciona muito aprendizado e uma mudança na forma de nos relacionar com as outras pessoas, sem julgamentos e com mais compreensão”, define Suzana. O CVV também publica informações sobre os treinamentos nas redes sociais Facebook (CVV Maringá) e Instagram (@cvvmaringa).

    Grupo de apoio

    A novidade para 2019 é que o CVV Maringá pretende iniciar o Grupo de Apoio aos Sobreviventes do Suicídio (Gass). “A intenção é reunir pessoas que tentaram cometer suicídio ou para familiares de quem cometeu o ato, na intenção de que todos possam apoiar uns aos outros”, explica a coordenadora do Centro.

    O CVV realiza palestras de orientação em empresas, escolas e universidades e junto à criação do Gass, programa uma ampliação desse tipo de atendimento. Um bazar realizado na semana passada (30/11 e 1/12) garantiu uma verba suficiente para a continuidade desse trabalho por quatro meses. O recursos são destinados principalmente ao treinamento de voluntários em outros CVV’s do País.

    Atendimento

    O CVV oferece atendimento via telefone, pelo número 188, e por e-mail e chat que podem ser acessados clicando aqui. Em algumas cidades, os postos fazem também o atendimento presencial.

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