Os canais de comunicação das redes sociais de Maringá, principalmente aqueles com grande presença de pais, estão em polvorosa com a divulgação de supostos casos de tentativa de sequestro. Como geralmente ocorre com o que cai na rede, as postagens de Facebook – que deram origem ao ‘pânico’ – foram replicadas milhares de vezes e deixaram pessoas com medo até de sair de casa com os filhos.
O primeiro caso surgiu na segunda-feira (26/11). A postagem de Jackeline Chichetti relata que um casal teria tentado levar a filha de três anos na Praça da Catedral durante um passeio. Segundo o relato, a criança saiu correndo quando um homem puxou conversa com a pequena enquanto uma mulher tentou distrair a mãe. Ela termina o depoimento dizendo “Fica um alerta, a cidade é encantada, mas as pessoas NÃO” (sic), em referência à campanha de natal da prefeitura.
Em menos de uma semana a postagem ultrapassou os cinco mil compartilhamentos só no Facebook. A mãe registrou boletim de ocorrência e a história foi parar na imprensa. Alguns veículos chegaram a noticiar até mesmo outros supostos casos não confirmados pela Polícia Civil, que investiga as denúncias por meio do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria).
O segundo caso registrado em Maringá também surgiu nas redes sociais. Dois vídeos de câmeras de vigilância registraram o momento em que um grupo de mulheres atravessava a rua no Jardim Alvorada, quando uma delas pega a mão de uma criança e sai correndo. A mãe e outras mulheres saem correndo atrás e conseguem recuperar a menina. A mãe, Viviane Domingos, não registrou boletim de ocorrência, mas fez postagem no Facebook.
Foi o suficiente para pais e mães de toda a cidade se alarmarem. A postagem e os vídeos registrados na quarta-feira (28/11), mostram o momento em que ocorreu o fato e estão sendo exaustivamente compartilhados. A situação chegou à Polícia Civil pela imprensa e também passou a ser investigada. Quando o vídeo começou a ser exibido em TVs locais, uma familiar da mulher que aparece no vídeo puxando a criança procurou as redações para avisar que não foi tentativa de sequestro.
Ela explicou que a moça teria perdido o pai e que depois disso desenvolveu problemas psicológicos. Algumas pessoas inclusive começaram a comentar postagens sobre o caso nas redes sociais para divulgar o fato. O investigador da Polícia Civil, Everaldo Fernandes, informou que a polícia ainda está à procura dos familiares da mulher, mas que já tinha recebido essa informação a respeito de ser um caso de transtorno mental.
Depois que o caso tomou essa proporção, a mãe da criança apagou a postagem do Facebook. A delegada responsável pelo caso, Magda Hofstaetter, do Nucria, disse que todos os envolvidos estão sendo ouvidos, mas que ainda não é possível confirmar nem descartar totalmente que tenha havido tentativa de sequestro. “As pessoas precisam tomar cuidado com informações falsas que correm pelas redes sociais”, diz.
Sobre o primeiro caso, registrado na Praça da Catedral, o investigador Everaldo diz que as investigações ainda não terminaram, mas algumas evidências indicam que o que houve foi um mal-entendido e a mãe teria se assustado com a situação. “A criança correu em direção à roda-gigante e algumas pessoas tentaram segurá-la com medo de que se machucasse”.
Segundo a delegada, os pais devem ficar atentos; principalmente com crianças pequenas em locais de grande circulação de pessoas. A recomendação é segurar sempre as mãos das crianças e caso seja necessário, acionar a Polícia Militar pelo telefone 190 ou procurar os guardas municipais.
Operação Natal
A Polícia Militar e a Guarda Municipal de Maringá começaram nesta sexta-feira (30/11) a Operação Natal. A ação é para intensificar a segurança na região central da cidade onde estão concentradas as atrações da Maringá Encantada e também no comércio, que passa a funcionar até as 20h a partir de segunda-feira (3/12), e até as 22h a partir do dia 20/12.
Para auxiliar na busca de crianças e idosos desaparecidos, este ano a Guarda Municipal iniciou o trabalho de cadastramento. A tecnologia funciona com um cadastro remoto feito por celulares ou tablets que capturam imagens de rostos e fazem a associação de dados como endereço e outras informações pessoais. O cadastro, feito nas bases móveis da GM, com autorização dos pais e familiares de idosos, já tem a identificação de 70 pessoas.
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