Em apenas quatro dias da semana passada, 514 árvores foram ao chão na área urbana de Maringá. Parte delas atingiu residências, estabelecimentos comerciais, veículos e fiação elétrica, quebrando dezenas de postes e ferindo pelo menos um motociclista. Algumas das árvores que caíram estavam na lista de erradicação há anos, segundo os moradores.
Nesta segunda-feira (22/10), quando ainda estão sendo recolhidos galhos e troncos e reparados os estragos na rede elétrica causados nos dias 15, 17 e, principalmente, no dia 18 de outubro, segundo o Portal da Transparência a lista contava com 3.553 registros de pedidos de erradicação de árvores em vias públicas da cidade já aprovados pelos engenheiros ambientais. Outros oito mil pedidos ainda precisam ser avaliados.
Curiosamente, na sexta-feira (19) seguinte ao pior dos temporais registrados na semana, quando caíram 296 árvores e 24 mil unidades consumidoras de energia elétrica ficaram sem abastecimento, a Prefeitura de Maringá lançou uma licitação de R$ 6,8 milhões para contratar uma empresa para podar, erradicar e remover árvores.
O secretário municipal de Serviços Públicos (Semusp), Vagner de Oliveira, disse na manhã desta segunda-feira que a publicação do certame logo após o período de temporais e estragos é mesmo “apenas uma coincidência”. Justificou que “é impossível montar um processo de licitação em apenas um ou dois dias”.
Disse que o contrato com a empresa terceirizada que presta esse serviço para a prefeitura vence em novembro e que a Semusp apenas se antecipou ao pedir a licitação. “Esse processo [licitação] já estava lá para ser publicado há muito tempo. A Diretoria de Licitações têm seus prazos e uma sequência de publicação”, afirmou.
Licitação foi divida em 4 lotes, um para cada região
A abertura dos envelopes com as propostas das empresas interessadas nos serviços está marcada para o dia 6 de novembro, às 8h45, na Diretoria de Licitações. O edital do certame divide a concorrência em quatro lotes, cada um corresponde a uma região diferente da cidade, nas quais as empresas vencedoras prestarão os serviços.
Vagner de Oliveira explicou que a licitação foi feita dessa forma para que as empresas consigam ter mais agilidade para atender as demandas. Segundo ele, atualmente apenas uma única empresa presta o serviço de poda e remoção de árvores no município, e “isso não tem sido suficiente para atender as necessidades”.
O trabalho das empresas será determinado pela Semusp, mas segundo Oliveira, com a licitação “é possível sim” que a fila de árvores para poda ou remoção seja zerada. Na avaliação dele, se cada uma das empresas retirar 250 árvores em um mês, é possível acabar com a fila em até 120 dias, após o início dos trabalhos.
O secretário não nega que algumas das árvores que caíram tinham registro de pedido de erradicação, mas observa que muitas delas não estavam condenadas. “Se você for ver naqueles registros do Portal da Transparência, dali foram poucas árvores que caíram. Caiu muita árvore sadia, com raiz e tudo, devido à força do vento”, afirmou.
A previsão orçamentária é que as indenizações às vítimas de árvores caídas custem R$ 500 mil por ano aos cofres públicos. O secretário informou que, no momento, ainda não tem o montante requerido, mas observou que “se já não esgotou o orçamento de R$ 500 mil, está próximo”.
- Número de árvores caídas nos temporais foi atualizado às 17h10 desta segunda-feira (22/10), após novo balanço divulgado pela Defesa Civil de Maringá. Também foi atualizada a informação sobre a fila de pedidos de corte. Há 3.553 árvores com a remoção aprovada pelos engenheiros e outras oito mil a serem avaliadas.
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