Reconstituição do ‘crime do açougue’ em Maringá acirra contradições entre delegado e advogado de defesa

  • A reconstituição do “crime do açougue”, como ficou conhecido o atentado que matou uma pessoa e feriu outra, serviu, de um lado, para o advogado de defesa Israel Batista de Moura reafirmar a tese segundo a qual “não houve a intenção de matar” e, de outro, convenceu ainda mais o delegado de Homicídios de Maringá, Diego Almeida, para quem “ficou evidenciado o objetivo de acertar as pessoas”.

    A perícia sobre os seis disparos efetuados pelo suspeito Edinaldo Ferreira da Silva, 48 anos, ainda não foi concluída. O crime ocorreu na manhã do domingo, 20 de agosto, quando Silva, após se desentender com o dono de uma casa de carnes na Avenida Brasil, atirou em direção ao estabelecimento e matou Adelso Donizete Ferraz, 41, e feriu Luiz Massaroto, 61.

    Moura afirmou que a tese de defesa. “Não podemos antecipar o resultado da perícia, mas entendemos que o que falamos até agora estava correto. Que os disparos foram efetuados em uma direção única e pela dispersão veio a ferir as demais pessoas”. Ele sustenta que o seu cliente queria apenas acertar a assadeira de frangos.

    O delegado afirmou que “a reconstituição deixou ainda mais clara a verdadeira intenção do atirador e confirmou as suspeita apontadas no inquérito policial. A intenção do acusado foi mesmo acertar as pessoas. Os disparos começaram de baixo para cima, tomando uma sequência na direção das pessoas que estavam dentro do estabelecimento”.

    Silva foi denunciado pelo Ministério Público por porte ilegal de arma de fogo, homicídio consumado e qualificado e por quatro tentativas de homicídio qualificadas. A primeira audiência do caso está marcada para 13 de novembro.

    Moura criticou o andamento das investigações policiais, dizendo que “o procedimento está conturbado e errado, porque a reconstituição deveria ter sido realizada antes da denúncia ser oferecida”.

    A reconstituição foi realizada na manhã de sexta-feira (27/10).

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