Reconstituição do crime do açougue da Avenida Brasil interdita trecho da via em Maringá

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Por volta das 9h30 dessa sexta-feira (27), o homem que disparou seis tiros em direção aos clientes que naquela manhã de domingo se encontravam em uma casa de carnes na Avenida Brasil de Maringá, desceu de uma viatura policial e foi conduzido, com colete a prova de bala, para o interior do estabelecimento.

No canteiro central da avenida, entre as pessoas que acompanham a reconstituição do crime, uma senhora de meia idade passou a gritar “assassino, horroroso, maldito que matou gente inocente”.  Referia-se a Edinaldo Ferreira da Silva, 48 anos, que cobriu a cabeça ao descer do camburão para evitar as câmeras de repórteres e curiosos.

No dia 20 de agosto, ele matou Adelso Donizete Ferraz, 41, e feriu Luiz Massaroto, 61. Nesta manhã, o atentado está sendo reconstituído em detalhes a pedido da defesa. Pelo menos doze viaturas e dezenas de agentes das forças de segurança pública de órgãos como Instituto de Criminalística, Instituto Médico Legal, polícias Civil e Militar e Setrans participam da ação.

Um das pistas da Avenida Brasil, entre as ruas Vereador Lafaiete Tourinho e José Carlos Abraão, está interditada no sentido Centro – Maringá Velho. Segundo o advogado de defesa, Israel Batista de Moura, o cliente não tinha a intenção de matar ou atingir qualquer cliente, pois teria atirado com o intuito de acertar a assadeira de frango.

Um dia após o crime que chocou a população maringaense pela violência e pela motivação torpe, Silva foi preso dentro de uma residência no Jardim Império do Sol, na zona Norte de Maringá. No mesmo dia, ele apresentou a pistola calibre .38 usada nos disparos feitos de dentro de uma caminhonete Hilux, que estava estacionada na frente do açougue.

Movimentação da imprensa e dos policiais na reconstituição do crime nessa manhã de sexta-feira / Foto Walter Téle

Silva foi denunciado pelo Ministério Público por porte ilegal de arma de fogo, homicídio consumado e qualificado e por quatro tentativas de homicídio qualificadas. Segundo os promotores, se for condenado por todos os pedidos e o Júri Popular referendar as acusações, a pena poderá passar de 50 anos de prisão.

A denúncia foi aceita pela 1ª Vara Criminal de Maringá e a primeira audiência foi agendada para o dia 13 de novembro de 2017. A reconstituição do crime foi solicitada pela Promotoria e ratificada pela defesa do acusado.

O advogado Israel Batista de Moura afirmou que a reconstituição do crime é importante para esclarecer o episódio. “Há as versões das pessoas, que estavam em estado de choque e tem a filmagem que prova a autoria. Mas só a reconstituição vai garantir detalhes técnicos como a direção dos disparos e a metragem. É uma peça essencial para o processo”, argumentou.

O delegado de Homicídios de Maringá, Diego Almeida, que está participando da reconstituição, que não tem hora para ser encerrada, era desnecessária. “O juiz deferiu o pedido e todos os procedimento foram tomados para realizar a diligência. Da minha parte não tem nada, já conclui o inquérito. Foi tudo filmado e não consta nenhuma dúvida da minha parte. Vamos cumprir para evitar qualquer risco de nulidade”, afirma.


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