Com o objetivo de arrecadara fundos para o resgate de animais doentes ou que foram vítimas de maus-tratos, a Organização Não Governamental (ONG) “Salvando Vidas Maringá”, que se encontra em processo de regularização, promove no domingo (22/10) o primeiro “SalvaCão”.
O trabalho da ONG é realizado em uma casa, na qual moram 3 dos 43 voluntários, que cuidam dos animais no período de recuperação, pós-cirurgias.
O fundador da Salvando Vidas, Limoel Rodrigues, conta que no início eram atendidos apenas gatos e cachorros. “Posteriormente a gente começou a resgatas outros animais como o sagui [uma espécie de macaco]”.
Rodrigues estima que já foram resgatados cerca de 150 animais desde o início do projeto, a um ano. “Cada animal que a gente pega tem um gasto minimo de R$ 1,5 mil”, conta. A ideia do evento é arrecadar dinheiro para ajudar a custear os gastos com os animais.
Cerca de 40 animais, entre cachorros e gatos, estarão disponíveis na feira de adoção do “SalvaCão”. Além disso, terá bazar com roupas novas e usadas, brinquedo para as crianças e chopp para os maiores de 18 anos.
A atração principal do “SalvaCão” será a presença do food truck Milk Churros, famoso pelo “chuvete”, um cone de churros com camada de avelã recheado com sorvete italiano.
O evento contará, ainda, com a participação de duas clinicas veterinárias para conscientizar sobre câncer de mama e a castração dos animais domésticos.
A diretoria de Bem Estar Animal também confirmou presença e irá aproveitar para conscientizar a população a não maltratar animais.
O primeiro “SalvaCão” será realizado a partir das 9h da manhã, na Videira Verde eventos, na Avenida Cerro Azul, 412. A expectativa dos organizadores é receber mais de mil visitantes. A entrada será gratuita.
Mais de 2 mil castrações em dez meses
Até o mês de outubro, foram castrados pelo município 2.162 animais. O diretor de Bem Estar Animal, Marco Antonio Lopes de Azevedo, diz que no mês de novembro será iniciado um novo programa disponibilizando 3 mil castrações.
O critério de escolha para as castrações são preferencialmente: pessoas de baixa renda, animais de rua, ONGs e protetores independentes.
Neste ano, foram resgatados das ruas por meio de denuncias e fiscais da diretoria, 49 cães e 10 equinos. Segundo Azevedo, a maioria dos resgates ocorreu na zona norte, onde é mais comum a existência de animais abandonados.
Os animais resgatados ficam temporariamente no Centro de Controle de Zoonoses Vetores e Pragas Urbanas (CCZ), posteriormente são colocados para doação.
Azevedo acrescenta que a partir do ano que vem será incluído na grade curricular de ensino a educação ambiental que introduz o bem estar animal. O objetivo é conscientizar os estudantes sobre o bom convívio com os animais e a posse responsável.
Conheça outras associações de proteção animal
Focinho Animal é um grupo de cinco amigas voluntárias que resgatam animais de rua em situação de risco há dois anos e meio. Ana Scremin, uma das voluntárias, estima que nesse tempo já foram resgatados mais de 300 animais.
Ana diz que são realizadas cerca de 20 castrações por mês. “Esse ano a prefeitura nos ajudou com um pouco, mas ainda temos a despesa de 15 a 17 castrações mensais”. Por isso, as feiras, bingos e bazares são essenciais para a execução do trabalho. Os eventos são realizados mensalmente.
Além disso, a voluntária relata a dificuldade de encontrar abrigos temporários para os animais que são resgatados. “Tem uma senhora que abriga alguns animais para gente, mas lá já tem 22 cachorros e mais de 50 gatos”. O Focinho Animal busca por meio do facebook lares que aceitem os animais temporariamente.
As doações dos animais são feitas na feira do Seu Ozorio Matsuda, realizada aos sábados no estacionamento do Supermercado BIG, no Shopping Cidade.
A ONG Dignidade animal tem 15 anos de existência e abriga cerca de 400 cachorros. Lausimar Correa Gracino, uma das voluntárias comenta a relevância da inclusão do bem estar animal na grade curricular das escolas públicas. “Nós vamos ter futuros adultos que vão preservar os animais e, assim, futuramente teremos caos menos de maus-tratos”.
Lausimar conta que neste ano, a ONG recebeu o título de utilidade pública. Com o documento, eles poderão receber a doação de mercadorias apreendidas pela Receita Federal para vender e conseguir dinheiro para cobrir os gastos da entidade.
Para a voluntária, a criação da Diretoria de Bem Estar Animal na cidade irá auxiliar no trabalho de conscientização e fiscalização. “Agora eles passam com as cartas de orientação três vezes e depois disso multam”, desta forma, a ONG fica responsável pelo abrigo e cuidado dos animais.
Leia também a reportagem do Maringá Post sobre a decisão da Justiça Federal que fez as associações de proteção a animais se livrarem de multas do Conselho de Medicina Veterinária.
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