Essa semana foi… Frustrante. Porque tem muita coisa acontecendo, mas nenhuma delas é interessante o suficiente pra render uma coluna inteira. Então, no que pode ser a primeira de muitas, ou pode ser algo que vai rolar uma vez e nunca mais, o post dessa semana será um resumo geral. “Coisas que aconteceram na indústria tecnológica essa semana e meus comentários sarcásticos sobre elas”
Xwitter pode finalmente estar com dias contados
No passado eu mencionei como os brasileiros tinham mais influência na relevância cultural de coisas do que talvez imaginamos, quando o Xitter foi brevemente proibido em nosso país, e quase sozinha a ausência do público brasileiro havia não só silenciado as comunidades de fãs no website, mas acarretado os maiores picos que o rival BlueSky havia observado.
Bem, o público brasileiro certamente tem seu peso sobre o zeitgeist internauta, mas se alguém nos supera nesse cenário, claro que seriam os americanos. E ao que tudo indica, agora os gringos também estão atrás de céus mais azuis.
Entre os desmandes do bilionário Elon Musk depois que ele comprou o website que um dia usou um passarinho em seu logo, os resultados da eleição Americana, e talvez meia dúzia de outros fatores menos fáceis de observar, o BlueSky recebeu um êxodo de mais de 1,2 milhões de usuários americanos. – Isso inclui, entre outros, canais de mídia como o The Guardian, e fãs da celebridade Taylor Swift.
Se o X realmente perder os Brasileiros e os Americanos, dificilmente ele se segura só com os Europeus. Ou talvez acabemos com os serviços de microblog sendo divididos ao longo de linhas políticas. Com as direitas usando o Xwitter, o Centro-Esquerda usando o BlueSky, e a extrema Esquerda usando o Mastodon.
Para quem quer fazer a migração, aplicativos já estão aparecendo que permitem postar simultaneamente para o Bluesky, Xwitter, Mastodon, e Threads, tudo com um um clique só.
As caminhonetes quebradas e o robô sincerão de Elon Musk
Falando no CEO do Xwitter, ele se viu com dois problemas diferentes nessa última semana:
O primeiro é que a linha de caminhonetas elétricas feias da empresa de automóveis do bilionário está em seu sexto recall desde Janeiro – Mais de 2.000 veículos serão afetados, e dessa vez, não é possível resolver o problema com uma atualização de software. Donos dos carros terão de físicamente dirigir até uma concessionária.
O defeito é o inverter do motor do veículo, que em um carro elétrico é responsável por controlar a velocidade do motor. Ou seja, uma parte importantíssima. O problema foi notado quando no fim do mês de Julho um Cybertruck foi imobilizado por um defeito na peça, o que levou ao problema de fábrica ser descoberto.
O outro abacaxi nas mãos do industrialista refere-se à inteligência artificial do Xwitter, o Grok.
Posts no website têm zoado o dono da plataforma depois que prints de conversas com o modelo de linguagem mostraram o robô admitindo que Musk “esteve envolvido em espalhar desinformação por sua plataforma de mídia social, da qual ele é dono e na qual ele tem um número significativo de seguidores”. É tão fofo quando filhos crescem e reconhecem que o pai era escroto. Pequeno Grok está em sua adolescência.
A volta da criptomoeda? O “fim” da IA?
Eu falei no passado que independente das aplicações práticas da tecnologia, definitivamente havia uma bolha especulativa em torno do termo “IA”.
Bem, pelo menos um especialista apontou essa semana que um “crash” na economia de IAs está próximo – De acordo com o pesquisador, modelos mais novos da IA têm demonstradamente mostrado menos melhora em relação a seus predecessores, e isso sinaliza que a evolução da tecnologia está diante de uma “parede”.
Talvez seja coincidência, talvez seja porque alguns especuladores estão sentindo a mudança no vento, mas a última bolha especulativa da Indústria Tecnológica, da qual eu não tive a chance de falar mal nessa coluna porque ela estourou antes de eu começar, pode estar “voltando” – Falo das criptomoedas.
Bitcoin atingiu um novo pico histórico essa semana, após o presidente-eleito alaranjado dos Estados Unidos prometer flexibilização de leis financeiras que estavam “no caminho” da tecnologia. Pode ser só mais um soluço, ou um sinal de que teremos outra explosão nesse cenário.
Google e a União Européia parecendo êx-namorados
Em resposta às contínuas brigas com legisladores e a opinião pública no continente europeu, a Google decidiu usar de uma nova e particularmente engraçada estratégia para “punir” os europeus.
Tão simplesmente, a Google não irá mais apresentar sites sediados na União Européia em seus resultados de pesquisa, ou no feed de notícias.
O objetivo declarado da empresa com isso é mostrar aos europeus o quanto eles perdem quando não têm a ajuda do motor de buscas da empresa. A medida ainda está em fase de testes, então por enquanto só se aplica a certos usuários, mas historicamente a Google tende a universalizar todas as medidas que testa.
E se isso não parece um homem rejeitado tentando fazer ciúmes na êx, eu não sei o que parece.
Hyundai rejeita touchscreens em carros, vai trazer botões e dials de volta
E essa é a última notícia do dia. Pesquisadores já apontaram que touchscreens em carros são perigosas, mas apesar disso, a trend em design interior para veículos tem sido de colocar telas cada vez maiores no painel, e de substituir controles que um dia haviam sido físicos por menus na tela sensível.
Mas a coreana Hyundai está indo contra esse trend, declarando que seus novos modelos terão mais controles físicos.
O curioso é que a razão deles não tem nada a ver com segurança, e tudo a ver com uma pesquisa que demonstrou que os controles virtuais nas telas touch são “frustrantes” para os motoristas. Prioridades, eu suponho.
Escrito por Vitor Germano para o Maringá Post
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