O X de fanbases, o tráfego do BlueSky, e o inesperado poder do Brasileiro na internet

Com o serviço do X fora do ar no Brasil, estrangeiros descobrem que contas populares eram secretamente brasileiras, e brasileiros controlam a carga de servidor de alternativas.

  • Eu brevemente mencionei o bloqueio do serviço de rede social anteriormente conhecido como Twitter na semana passada, e na ocasião, disse que não ia me delongar sobre. Mas recentemente fiquei sabendo, através de contatos estrangeiros, sobre uma consequência deste nosso bloqueio nacional – Uma que me divertiu e intrigou ao mesmo tempo, e que só por isso, tornou-se o assunto dessa semana.

    Nas horas precedendo o bloqueio do serviço no Brasil, milhões de gringos descobriram, devido a uma série de postagens de “despedida” – Que uma porcentagem esmagadora de contas de fanbase, “Stan Twitter”, como os gringos chamam, eram mantidas por brasileiros. Brasileiros que faziam suas postagens em inglês e mantinham pequenas comunidades de fãs atualizados sobre seu assunto de escolha – De cantoras hiperfamosas como Taylor Swift e Cardi B, a celebridades de terceiro escalão, e até pessoas famosas já falecidas.

    Mais surpreendente que gringos descobrindo que contas de fã com milhares de seguidores eram mantidas por brasileiros falantes de inglês é talvez o fato de que muitos brasileiros descobriram pela primeira vez que contas com quem tinham contato diário também pertenciam a brasileiros. Ao jornal estrangeiro Associated Press, Aianne Amado, uma doutoranda da USP que estuda fandoms, disse “Eu descobri o quão grande era nosso poder digital nesse último minuto. Como tuitamos em inglês, pessoas não sabem quem são os brasileiros. Mas somos muitos, nós estamos em toda parte. Eu acredito que faremos falta, e que não vai ser mais a mesma rede.

    Enquanto os estrangeiros no Xitter lamentam a perda dos brasileiros e o peso que isso tem em comunidades de fãs, uma outra coisa chama a atenção. Com o principal serviço de microblogging do mundo fora do ar, Brasileiros buscaram uma alternativa, e uma alternativa foi encontrada na rede BlueSky, operada pela equipe que originalmente criou o Twitter. O resultado? O BlueSky, que ainda é novo e tem uma base de usuários pequena…

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    … Agora tem sua carga de servidor inteiramente definida pelo fuso-horário brasileiro. Lotando quando nós estamos acordados, e esvaziando quando vamos dormir.

    Eu não tenho uma grande tese aqui, eu só queria apontar algo que eu mesmo não havia percebido: O Brasil é grande, e nós temos uma influência nos ires e vires da indústria tecnológica que raramente é aparente.

    Escrito por Vitor Germano para o Maringá Post
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