Cuidados com escorpiões: especialista destaca medidas para evitar acidentes

Estado já soma mais de 2,5 mil ocorrências em 2024; Ministério da Saúde aponta aumento de 149% no Brasil na última década.

  • Tempo estimado de leitura: 3 minutos

    O número de acidentes com escorpiões aumentou 149,3% nos últimos 10 anos em todo o Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Somente em 2024, o Paraná já registrou 2.567 ocorrências. O crescimento tem levado secretarias e vigilâncias municipais a emitirem alertas à população.

    Entre as espécies encontradas no estado, estão o escorpião-marrom e o preto, ambos nativos. No entanto, a espécie mais perigosa é o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), considerada exótica e presente em várias regiões do Brasil.

    Esse escorpião é altamente adaptável ao ambiente urbano e se reproduz por partenogênese — ou seja, sem a necessidade de machos. Pode atingir até 6,5 cm de comprimento e costuma se abrigar sob entulhos, madeiras, telhas e frestas em construções.

    Segundo Amanda Quadros, coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, os sintomas variam conforme a quantidade de veneno injetada. Os casos graves ocorrem, geralmente, nas duas primeiras horas após a picada.

    Entre os sintomas mais comuns estão:

    • Dor intensa no local da picada
    • Inchaço e vermelhidão
    • Formigamento
    • Náuseas e vômitos
    • Suor excessivo e agitação

    Já os sinais de maior gravidade incluem:

    • Dificuldade para respirar
    • Pressão arterial alterada
    • Espasmos musculares, principalmente em crianças
    • Convulsões, coma e choque

    Pessoas mais vulneráveis, como crianças pequenas, idosos e indivíduos com doenças pré-existentes, estão mais sujeitas a complicações. Crianças de até 10 anos são as principais vítimas fatais, de acordo com o Ministério da Saúde.

    A especialista alerta que o contato de crianças com móveis baixos, caixas e roupas largadas no chão pode facilitar acidentes. Em caso de picada, a orientação é buscar atendimento médico imediato.

    O que fazer após uma picada:

    • Lavar a região com água e sabão
    • Manter a calma
    • Aplicar compressas frias
    • Elevar o membro afetado
    • Não cortar, espremer ou sugar a picada
    • Procurar ajuda médica o quanto antes

    Dicas de prevenção:

    • Mantenha a casa e o quintal limpos
    • Elimine entulhos, madeiras e restos de construção
    • Vede frestas em muros e calçadas
    • Use telas em portas e janelas
    • Examine sapatos e roupas antes de usar
    • Evite que lençóis e cobertores encostem no chão

    Atualmente, quatro espécies do gênero Tityus são consideradas de relevância em saúde pública no Brasil:

    • T. serrulatus (amarelo) – mais perigoso e amplamente distribuído
    • T. bahiensis (marrom) – comum no Sul e Sudeste
    • T. stigmurus (amarelo do Nordeste) – predominante no Nordeste
    • T. obscurus (preto da Amazônia) – concentrado na região Norte e no Mato Grosso

    O Ministério da Saúde estima que mais de 2 bilhões de pessoas no mundo vivem em áreas de risco para acidentes com escorpiões. A média global é de 1,2 milhão de casos por ano, com cerca de 3.250 mortes. No Brasil, o cenário exige atenção, principalmente em áreas urbanas tropicais.

    Deixe uma resposta

    Seu endereço de email não será publicado.