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A Campanha Abril Marrom, realizada neste mês, tem como foco conscientizar sobre doenças oculares que podem levar à cegueira. A oftalmologista Márcia Ferrari, do H.Olhos – Hospital de Olhos da rede Vision One, destaca que os cuidados com a visão devem começar ainda durante a gestação.
Segundo a médica, infecções contraídas pela gestante podem comprometer a formação ocular do bebê ou causar inflamações que resultam na perda de visão. Entre as doenças de maior risco para o feto estão:
- Sífilis: infecção bacteriana transmitida por relação sexual sem proteção;
- Toxoplasmose: causada por protozoário, transmitida por água, alimentos contaminados ou fezes de animais;
- Rubéola: doença viral transmitida por gotículas, altamente contagiosa;
- Zika vírus: transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, pode afetar o cérebro e a visão do bebê;
- HIV: pode ser transmitido durante a gestação, parto ou amamentação;
- Citomegalovírus: da mesma família do herpes, é passado por contato com fluídos corporais.
Márcia reforça que o acompanhamento pré-natal é essencial para orientar sobre os cuidados necessários e garantir o desenvolvimento saudável da visão do feto.
A oftalmologista também alerta sobre a Retinopatia da Prematuridade (ROP), uma condição associada ao parto prematuro, na qual os vasos da retina não se formam adequadamente. Casos graves podem levar ao descolamento da retina e cegueira.
Outro procedimento importante é o Teste do Olhinho, realizado logo após o nascimento. O exame, feito com um oftalmoscópio, ajuda a identificar doenças como catarata congênita, glaucoma congênito e retinoblastoma, um tipo de câncer ocular comum na infância.
“Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de sucesso no tratamento”, afirma a médica.
Ela orienta que os pais fiquem atentos a sinais como:
- Reflexo vermelho alterado em fotos com flash;
- Pupilas com coloração ou tamanho anormal;
- Tremores nos olhos;
- Superfície ocular azulada ou com brilho alterado;
- Diferença no tamanho dos olhos.
Márcia também recomenda check-ups oftalmológicos regulares. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica indica a primeira consulta até os seis meses, a segunda aos 12 meses, e visitas anuais até os oito anos de idade.