Que o controle de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e colesterol alto é fundamental para elevar a expectativa de vida todo mundo já sabe, mas quando não são tratadas adequadamente essas condições podem comprometer também a saúde sexual masculina, impactando de forma negativa a qualidade de vida dos pacientes.
O alerta é do médico urologista Ruimário Coelho, preceptor da residência em urologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e diretor técnico do Uroville – Urologia Avançada.
“Muitos pacientes que chegam ao consultório com problemas na vida sexual são hipertensos ou diabéticos e não controlam de maneira eficaz essas condições. Essas doenças têm relação direta com os hábitos de vida e são bastante comuns no Brasil. Além de todos os problemas que elas causam para a saúde como um todo, também são um fator de risco para casos de disfunção erétil e outras complicações”, destaca Ruimário Coelho.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão atinge um em cada quatro brasileiros, o equivalente a 50 milhões de pessoas. O médico explica que a pressão elevada prejudica a circulação sanguínea em todo o corpo, afetando também os vasos que irrigam o órgão sexual masculino. Se os vasos sanguíneos não recebem o volume necessário de sangue devido à hipertensão, a ereção não é possível.
Outra condição que afeta diretamente a saúde sexual masculina é a diabetes mellitus. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes existem atualmente cerca de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença no país. “Neste caso, os altos índices de açúcar no sangue, causados pela produção insuficiente ou má absorção de insulina no organismo, podem levar a problemas graves como doenças cardiovasculares, neuropatias, insuficiência renal e até a disfunção erétil. Isso ocorre porque o alto índice glicêmico também danifica os vasos sanguíneos, prejudicando assim a irrigação do pênis no momento da ereção e afetando a libido e o desejo sexual do paciente”, ressalta Ruimário Coelho.
O tratamento da disfunção erétil pode ser medicamentoso (inclusive para o controle de doenças crônicas associadas), reposição hormonal e até implantes. O médico alerta, no entanto, que em muitos casos essa condição tem fundo psicológico, o que exige também um acompanhamento psicoterapêutico. “O mais importante é buscar uma orientação médica para encontrar o tratamento mais adequado para cada caso. Infelizmente ainda há um certo preconceito dos homens em falarem sobre seu desempenho sexual, por isso muitos resistem em buscar um atendimento”, destaca.
Imagem: Freepik / Foto ccriada por @pressfoto
Comentários estão fechados.