A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) soou o alarme sobre uma questão de saúde pública preocupante: cerca de 40% da população adulta do Brasil está lidando com níveis elevados de colesterol. Esta estatística coloca em evidência a necessidade de maior conscientização e ações preventivas.
O colesterol, um lipídio vital para o funcionamento do corpo, desempenha um papel crucial na formação das células, produção de hormônios e vitaminas, e na digestão. Entretanto, o excesso, especialmente do tipo LDL (lipoproteína de baixa densidade), conhecido como “colesterol ruim”, aumenta significativamente os riscos de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Segundo o Dr. Andrei Sposito, diretor da Socesp, o grande perigo reside na natureza silenciosa do colesterol alto. Ele lembra que não há sintomas visíveis ou imediatos que indiquem níveis elevados de colesterol, o que torna essencial a realização de exames regulares.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia classifica como elevado um índice total de colesterol acima de 190 mg/dL. Para o HDL, conhecido como “colesterol bom”, o ideal é manter níveis acima de 40 mg/dL. Já o LDL deve variar de acordo com o risco cardiovascular individual do paciente.
Estudos recentes em cardiologia têm adotado o princípio de “quanto menor, melhor” em relação aos níveis de colesterol, visando minimizar os eventos cardiovasculares. Aproximadamente 70% do colesterol é produzido pelo próprio corpo, enquanto os 30% restantes provêm da alimentação, o que destaca a importância de uma dieta equilibrada e da prática regular de atividades físicas.
Alimentos ricos em gorduras saudáveis, como azeite, linhaça e peixes ricos em ômega 3, são recomendados. Contudo, é crucial moderar a ingestão de gorduras, que não deve exceder 20% a 25% do consumo diário.
Dr. Sposito também esclarece um equívoco comum: ter um peso ideal e uma dieta balanceada não garante automaticamente níveis normais de colesterol. Além disso, nem todas as pessoas com sobrepeso apresentam colesterol alto. A obesidade, por outro lado, contribui para o aumento dos triglicérides e a diminuição do HDL, além de alterar a composição do LDL, tornando-o mais prejudicial.
Os triglicérides, outro tipo de gordura no sangue, também exigem atenção. Para adultos acima de 20 anos, o índice ideal é menor que 150 mg/dL em jejum e abaixo de 175 mg/dL sem jejum.
O aumento nos triglicérides é um indicativo preocupante de riscos cardiovasculares e pancreatite. Além disso, o colesterol alto pode levar à doença arterial periférica, causando dor ao caminhar e, em casos extremos, até a amputação.
Este cenário exige ações imediatas e uma conscientização contínua sobre a importância de manter o colesterol sob controle, por meio de uma alimentação saudável, atividade física regular e consultas médicas periódicas para monitorar os níveis de colesterol e outros indicadores de saúde.
Imagem : Freepik / Foto criada por @senivpetro
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