Como evitar doenças respiratórias com a chegada do frio?

O otorrinolaringologista, Allex Ogawa, explica sobre as doenças respiratórias mais comuns no outono e inverno e dá dicas de cuidados com a imunidade nessas épocas.

  • Em nosso “Papo de especialista”, o editor-chefe do Maringá Post, Ronaldo Nezo, entrevistou o médico otorrinolaringologista Allex Ogawa. Ogawa também é professor da PUC-Paraná em Londrina. Clique AQUI para acessar a entrevista na íntegra no Youtube.

    Com foco em explicar sobre doenças respiratórias mais comuns no outono e inverno e dar dicas de cuidados com a imunidade principalmente nesses períodos, Dr. Allex também falou sobre a confusão de sintomas de gripe, resfriado e covid-19.

    Estatisticamente falando, no início do outono e inverno há, realmente, um aumento entre 30 a 40 % de doenças respiratórias na população, justamente por conta do tempo, que fica mais seco, e do choque térmico.

    Em 2020, com o início da pandemia da covid-19, todos ficaram mais preocupados ao sentir qualquer sintoma comum de resfriado e/ou gripe, porque os sintomas da covid-19 são muito semelhantes aos dessas doenças virais já conhecidas.

    Após dois anos de muito estudo e luta dos profissionais da saúde e da ciência, temos acesso a vacinas que, como o próprio Doutor Allex enfatizou, além de terem auxiliado muito na fase mais crítica da pandemia, fazem com que pessoas vacinadas que estejam infectadas, tenham uma resposta de recuperação mais tranquila.

    No entanto o avanço da vacinação não isenta o fato de que, a variante Sars-cov-2 ainda está presente, assim como outros vírus – a influenza que causa a gripe, e rinovírus ocasionador do resfriado – que causam tosse, diarréia e outros sintomas.

    Incusive, o Dr explica que, além do rinovírus, o coronavírus – que já existia antes da pandemia, a diferença é que a variante Sars cov-2 não existia – também é um vírus causador de resfriados.

    Por isso, é importante que as pessoas sejam empáticas umas com as outras. O médico explica que, o uso de máscaras por pessoas que estão doentes, ou com sintomas, é um fator que ajuda a evitar a disseminação desses problemas respiratórios.

    Vírus x Bactéria

    Qual a diferença entre vírus e bactéria? O Dr. Allex explicou que:

    Quando em contato com um vírus, a pessoa se contamina com a doença, mas varia da exposição, imunidade etc. Ainda segundo ele, o quadro viral tem um começo, meio e fim e em geral, não precisa de uma terapia dirigida específica.

    Já a bactéria “mora” no nosso organismo, e quando acontece a infecção é porque ela teve uma oportunidade de “quebrar” a imunidade do organismo ou do sistema do indivíduo. O tratamento em casos de infecções bacterianas precisa ser feito com antibióticos, se não o quadro pode piorar.

    Dicas

    O doutor deu algumas dicas, a parte de tratamentos, que ajudam a manter e saúde respiratória tanto em infecções bacterianas quanto virais – lembrando que no caso de doenças bacterianas, essas dicas não substituem o uso de antibióticos, mas auxiliam esse tratamento:

    -Lavar o nariz com soro fisiológico

    -Gargarejo com água morna e sal – não é recomendado que gargarejo com vinagre seja feito, pois a garganta humana tem um ph básico, e o vinagre pode agredir a mucosa.

    -Utilizar vick vaporub

    -Chá com mel / própolis

    – Inalação

    Rinite alérgica

    Ogawa explicou que a rinite alérgica é, principalmente, causada por ácaros. Mas não o ácaro em si, e sim os ácaros mortos e/ou suas fezes, que se tornam aquela “poeirinha branca” que sobe ao ar quando batemos, por exemplo, no colchão.

    O ácaro se alimenta da descamação da nossa pele, cabelos e pêlos de animais, então ambientes onde nós também estamos e “recostamos”, como o colchão, a roupa de cama e sofá sempre vão ter muitos ácaros, que é diferente da poeira doméstica.

    Pacientes que possuem rinite alérgica geralmente espirram convulcionalmente, têm espirros seguidos. Por isso, principalmente nas estações mais frias, que utiliza-se mais roupas e cobertas, é importante que esses pacientes tomem alguns cuidados, como colcar capas anti-ácaro nos travesseiros, por exemplo.

    Imunidade

    O Dr. Allex alerta, ainda, que cuidar da imunidade não é sinônimo de dosar diversas vitaminas no sangue.

    Ele explica que dormir bem, se alimentar bem, praticar atividade física e evitar o estresse são as maiores ações que devemos fazer para ter uma boa imunidade.

    Entretanto, ainda mais nos dias de hoje, é muito difícil de conseguirmos conciliar tudo isso, então é bem importante desenvolvermos certo equilíbrio. Por exemplo, ao passar por uma fase de muito estresse, tentar se alimentar bem e corretamente, para garantir esse ponto.

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