Maior jardim botânico do mundo terá um brasileiro como diretor de ciência

  • O Royal Kew Gardens, localizado em Londres, na Inglaterra, anunciou recentemente a contratação do brasileiro Alexandre Antonelli como diretor de ciência da instituição. A missão do professor será aproximar a comunidade científica e o público da mais completa coleção de plantas e fungos do planeta. O novo diretor terá até 2020 para finalizar este importante projeto.

    “Quanto mais informação a sociedade tiver, maior será a sua preocupação com a preservação do meio ambiente”, disse Antonelli, em entrevista à emissora de rádio RFI, da França. A ideia é usar o banco do Royal Kew como base para a criação de um aplicativo para smartphone, onde qualquer usuário possa consultar imagens e obter informações sobre a distribuição e uso das espécies.

    De acordo com o novo diretor, a plataforma poderá ser utilizada por especialistas e também por leigos, como por exemplo, para pesquisar se determinada espécie é comestível ou venenosa.  Além disso, poderá ser explorada nas escolas, para que desde cedo as crianças aprendam sobre a importância da biodiversidade e sua preservação.

    Embora já existam aplicativos semelhantes disponíveis, inclusive um criado pelo próprio Antonelli e sua equipe sueca, o cientista afirma que o alcance ainda é relativamente restrito.

    O Kew Gardens tem cerca de sete milhões de plantas e mais de um milhão de fungos catalogados. Mais de 40 mil espécies são cultivadas nos jardins abertos à visitação pública. Antonelli deverá coordenar cerca de 300 pesquisadores. “É o maior jardim botânico do mundo. Tanto em termos de suas coleções de plantas e fungos acumulados durante a sua história de quase 260 anos quanto pelo número de pesquisadores. Por isso, é a instituição botânica mais importante para pesquisa internacional. Existem, por exemplo, ótimas relações com universidades brasileiras e um grande intercâmbio entre estudantes e pesquisadores entre os dois países”, declara.

    Alexandre Antonelli é natural de Campinas (SP) e comanda o maior centro de pesquisas ativas da Suécia, do qual é fundador.  O foco do seu trabalho é a proteção das espécies em função das mudanças climáticas do planeta e da devastação do meio ambiente. Antonelli dedicou sua carreira à pesquisa de campo e à busca por espécies ameaçadas, em expedições por quase todos os países da América Latina, onde identificou maior deterioração dos biomas.

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