Vírus sincicial respiratório supera Covid-19 em mortes de crianças, revela boletim da Fiocruz

Enquanto os adultos infectados tendem a se recuperar em até duas semanas, as crianças são mais vulneráveis a complicações.

  • Tempo estimado de leitura: 3 minutos

    Um recente boletim do InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na quinta-feira (25), trouxe à tona uma preocupante realidade: o vírus respiratório sincicial (VSR) ultrapassou a Covid-19 no que diz respeito ao número de mortes de crianças com até dois anos de idade.

    De acordo com os dados apresentados, o VSR já representa 57,8% do total de casos recentes de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Essa ascensão do VSR é acompanhada pelo aumento da influenza A, cujo percentual associado a essa cepa se aproxima cada vez mais do observado para a Covid-19.

    Apesar dessas estatísticas, o coronavírus ainda mantém um amplo predomínio na mortalidade dos idosos, sendo esta a faixa etária mais afetada pelas mortes relacionadas à SRAG.

    Os números revelados nas últimas quatro semanas epidemiológicas pintam um quadro preocupante: a prevalência entre os casos positivos para diferentes vírus respiratórios mostra que o VSR lidera com 57,8%, seguido pela influenza A com 23%, enquanto o Sars-CoV-2/Covid-19 representa 10,7% dos casos.

    Quanto aos óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos revela uma situação crítica, com a influenza A atingindo 32%, o VSR com 10,8%, e a Covid-19 ainda mantendo uma fatia significativa, com 53,9%.

    O VSR, conhecido por ser o principal causador de infecções do trato respiratório inferior em bebês, destaca-se pela capacidade de desencadear formas mais graves da doença, como bronquiolite e pneumonia, em crianças. Enquanto os adultos infectados tendem a se recuperar em até duas semanas, os pequenos são mais vulneráveis a complicações.

    Além disso, o boletim destaca que 23 estados apresentam um crescimento de SRAG na tendência de longo prazo, assim como 21 capitais indicam um aumento da síndrome, incluindo cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, e Brasília.

    Enquanto isso, em relação aos casos de SRAG por Covid-19, nota-se uma tendência de queda nos estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com estabilidade em níveis relativamente baixos nas demais regiões.

    Em 2024, já foram notificados 38.670 casos de SRAG, com 17.562 (45,4%) positivos para algum vírus respiratório, indicando a necessidade contínua de vigilância e medidas preventivas para enfrentar essa complexa situação de saúde pública.

    Comentários estão fechados.