Maringá aplicou mais de 338 mil multas de trânsito em 2023, recorde na história da cidade

Este é o maior volume de infrações registrado em 1 ano desde 2010, quando os dados passaram a ser disponibilizados para consulta pública. Secretário de Mobilidade Urbana atribui número ao aumento de radares, mas defende a medida: “As pessoas nos procuram e pedem a instalação dos equipamentos, por trazer segurança no trânsito”.

  • Na média, foram cerca de 25 mil multas aplicadas por mês em 2023 | Foto: Ilustrativa/Arquivo/PMM

    Este é o maior volume de infrações registrado em 1 ano desde 2010, quando os dados passaram a ser disponibilizados para consulta pública. Secretário de Mobilidade Urbana atribui número ao aumento de radares, mas defende a medida: “As pessoas nos procuram e pedem a instalação dos equipamentos, por trazer segurança no trânsito”.

    Por Victor Ramalho

    Em 2023, Maringá bateu o próprio recorde de aplicações de multas de trânsito – e com sobras -, com mais de 338 mil infrações aplicadas. Os dados são da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), consultados pelo Maringá Post nesta segunda-feira (11).

    Trata-se do maior volume de infrações registradas em um único ano desde 2010, quando os registros passaram a ser disponibilizados para consulta pública. Anteriormente, o ano com o maior quantitativo de multas havia sido 2018, quando foram aplicados 327.583 autos de infração.

    Até hoje, o ano com o menor número de multas aplicadas em Maringá foi 2010, com 111.719 infrações aplicadas. Na conta, entram as multas aplicadas pela fiscalização da Polícia Militar (PM), da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), pelos radares e redutores eletrônicos de velocidade. Atualmente, Maringá tem 90 pontos de fiscalização por radar, a segunda cidade do Paraná com a maior quantidade de equipamentos.

    Quantidade de multas de trânsito aplicadas em Maringá desde 2010

    ANO QTDE. MULTAS
    2023 338.851
    2022 279.459
    2021 229.575
    2020 229.240
    2019 306.526
    2018 327.583
    2017 133.650
    2016 207.440
    2015 287.883
    2014 264.759
    2013 203.824
    2012 143.174
    2011 139.053
    2010 111.719
    TOTAL 3202736
    Fonte: Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob)

    Em números absolutos, as 338.851 infrações registradas em 2023 resultaram em uma arrecadação de pouco mais de R$ 41 milhões, de acordo com dados do Portal da Transparência. Inicialmente, os valores arrecadados entram nos cofres do município, mas uma parcela considerável acaba sendo destinada para outros órgãos, como explica o secretário de Mobilidade Urbana de Maringá, Gilberto Purpur.

    “A aplicação de uma multa sempre implica em muitos custos para o município. Para exemplificar a situação, podemos citar algumas taxas que são cobradas. O Fundo Federal para Educação no Trânsito fica com 5% do valor de qualquer multa, seja média, grave ou gravíssima; a Celepar cobra R$ 15,26 por multa; o Detran outros R$ 8,97 por multa, além dos Correios, que precisam fazer a entrega da notificação. Fora isso, ainda há as taxas de processamento, precisamos pagar a empresa responsável pelos radares. Se colocar na ponta do lápis, as multas de natureza média, que são as mais baratas acabam até dando prejuízo para o município. O que sobra dessa conta toda é revertido para ações de conscientização no trânsito e também em investimentos de infraestrutura, como a instalação e manutenção de semáforos”, disse o secretário.

    Em 2023, a maioria das multas de trânsito aplicadas em Maringá (172.710 ou 58% do total) foram por radares. De fevereiro a maio, no entanto, os radares da Cidade Canção não aplicaram nenhuma multa, por estarem sendo substituídos.

    Na média, Maringá aplicou quase 25 mil multas por mês, o que daria cerca de uma infração a cada dois minutos.

    De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana, é possível relacionar o aumento de infrações registradas com a quantidade de radares em funcionamento na cidade. Até 2022, eram 50 pontos de fiscalização eletrônica previstos no contrato antigo, que se encerrou. Quando a nova empresa responsável assumiu, em 2023, a quantidade de radares aumentou.

    Ele, no entanto, defende a medida. Conforme Purpur, a própria população procura a Semob e pede a instalação de radares em função da segurança no trânsito.

    “O radar é uma questão que foi bem aceita pela maioria das pessoas. As pessoas nos procuram e pedem a instalação dos equipamentos, por trazer segurança no trânsito. Há casos em que a própria população vem aqui na Semob e pede a instalação de equipamentos em pontos específicos da cidade, por uma questão de segurança. Existe um temor das pessoas e também nosso de que, em locais onde não há fiscalização, motoristas acabem abusando da velocidade, o que aumenta os riscos de acidentes, então a fiscalização eletrônica vem com esse propósito. Nós temos indicadores muito bons que mostram que, em locais onde instalamos radares, há uma queda considerável de acidentes fatais”, afirma o secretário.

    Gilberto Purpur também explica como o município escolhe os locais que receberão a fiscalização eletrônica.

    “Primeiramente, há o pedido por parte da população. Depois, nós iniciamos uma série de estudos. Normalmente, enviamos um veículo descaracterizado para o local, com este fazendo a contagem de tráfego, observando quantos veículos passam por ali diariamente e a velocidade, mas sem aplicar nenhuma infração. Com os resultados em mãos, nós fazemos uma avaliação sobre a necessidade de instalação de radares no local ou mesmo se há alguma medida alternativa que pode surtir efeito ali. Tudo é feito pensando na segurança das pessoas”, conclui o secretário de Mobilidade Urbana.

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