Janela partidária alimenta rumores de trocas de partido entre vereadores de Maringá

O período conhecido como “janela partidária”, que permite aos vereadores trocar de legenda sem perder o mandato, foi aberto nesta quinta-feira (7) e vai até 5 de abril. Em Maringá, ao menos quatro vereadores têm convites para trocar de partido.

  • O período conhecido como “janela partidária”, que permite aos vereadores trocar de legenda sem perder o mandato, foi aberto nesta quinta-feira (7) e vai até 5 de abril. Em Maringá, ao menos quatro vereadores têm convites para trocar de partido.

    Por Victor Ramalho

    Em nível nacional, o período conhecido como “janela partidária” foi oficialmente aberto nesta quinta-feira (7). Trata-se da época que antecede a eleição onde os vereadores em exercício podem trocar de legenda sem perder o mandato. Neste ano, conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a janela fica aberta até o dia 5 de abril.

    Como tradicionalmente ocorre nas eleições municipais, a possibilidade de troca de partido sem a perda de mandato movimenta os bastidores da política e, em Maringá, não é diferente. Na Câmara Municipal, conforme apurado pelo Maringá Post, ao menos quatro parlamentares já receberam convites para trocar de partido e concorrerem novamente ao legislativo em outubro. Apenas um deles confirma o convite oficialmente.

    Três situações envolvem o Podemos, que em Maringá é presidido pelo empresário Wilson Matos Filho, ex-vice reitor da Unicesumar. São duas possíveis saídas e uma chegada. Uma das saídas seria da vereadora Cris Lauer, eleita em 2020 pelo Partido Social Cristão (PSC).

    A antiga legenda da parlamentar foi incorporada ao Podemos em 2022, após não atingir a cláusula de barreira imposta pelo TSE. Lauer tem um convite para filiar-se ao Novo, conforme confirmado pela própria vereadora à reportagem. Ela, inclusive, já chegou a participar de alguns eventos de pré-campanha do partido. Em contato com o Maringá Post nesta quinta (7), no entanto, ela afirmou que ainda analisa a situação.

    Outra provável saída seria de Altamir dos Santos, que tem um convite para juntar-se ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Ele não confirma a situação oficialmente.

    Já a chegada, esta mais encaminhada, é a de Sidnei Telles, que deve deixar o Avante. Telles, inclusive, participou de uma reunião preparatória organizada pelo Podemos em Maringá no dia 10 de fevereiro. O parlamentar também não fala oficialmente sobre o assunto.

    No União Brasil, Onivaldo Barris poderia estar de saída rumo ao Progressistas. O vereador, por sua vez, também não comenta o assunto oficialmente.

    O que está em jogo na janela partidária?

    De acordo com o Cientista Político e Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Tiago Valenciano, a janela partidária é o período onde os pré-candidatos analisam as possibilidades presentes, visando juntar-se a uma sigla onde a eleição se torne mais fácil. Conforme o especialista, são poucos os partidos e candidatos que se unem por questões ideológicas.

    “Uma questão importante da janela é entender as possibilidades partidárias. A gente sabe que, no Brasil, são poucos partidos que têm uma ideologia mais precisa e coerente. Com isso, a chance das pessoas trocarem de siglas, de acordo com o momento de cada eleição, aumenta bastante, os pré-candidatos acabam escolhendo os partidos que melhor lhes convém. É um momento de constituição de grupos e o troca-troca partidário ocorre em função disso”, explica.

    Ainda segundo Valenciano, o aumento de vagas na Câmara de Maringá – de 15 para 23 cadeiras – que teremos em 2024 não torna a disputa mais simples. Conforme ele, as regras eleitorais obrigam que os partidos formem grupos mais consolidados.

    “O aumento de cadeiras, na verdade, tem uma relação mais direta com a regra do quociente eleitoral, que obriga cada partido a atingir o quociente para ter direito a, no mínimo, uma cadeira. Com essa obrigação, os partidos acabam forçados a montar grupos de chapas mais coesas, sólidas, com pré-candidatos que terão força no período eleitoral. Aumentar a quantidade de cadeiras, na prática, só aumentará a quantidade de eleitos daqueles partidos que já tem uma estrutura política bem feita”, afirma.

    Imagem Ilustrativa/Arquivo/CMM

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