Foto: José Fernando Ogura/AEN
A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) revelou nesta terça-feira (20/02) o resultado da 28ª edição da Sondagem Industrial – pesquisa que indica as expectativas do setor para o ano que se inicia. O estudo também auxilia a Fiep a conhecer as intenções, dificuldades e desafios dos empresários para apoiá-los com medidas apropriadas, de acordo com as prioridades apontadas no estudo.
De acordo com a pesquisa, 47% dos industriais estão otimistas ou muito otimistas com o desempenho da indústria para 2024, enquanto 41% têm expectativa neutra para 2024. Este resultado se sustenta principalmente na perspectiva de crescimento das vendas (57%), na chance de entrar em novos mercados (55%) e na elevação da produtividade e competitividade (48%). Por outro lado, fatores como falta de mão de obra (43%), custos de produção (42%) e infraestrutura logística (41%) se apresentam como os principais impedimentos que podem influenciar diretamente o desempenho dos negócios.
Apenas 12% dos respondentes estão pessimistas ou muito pessimistas. O motivo, segundo eles, são as previsões de diminuição nas vendas de suas empresas (80%), dificuldade com os custos totais de produção (74%) e para efetuar investimentos (57%). A infraestrutura logística (54%), a questão da energia (51%), a impossibilidade de expandirem seus negócios para novos mercados (49%) e as dificuldades de empregar mão de obra (49%) são algumas das causas apontadas por eles.
Em geral, mesmo com alguma cautela, os empresários demonstraram estar mais confiantes em relação à produtividade e competitividade (44%), com ações de PD&I (39%), investimentos (31%), disponibilidade de insumos e matérias-primas para produção (27%), com a cadeia de suprimentos (24%) e no que se refere à concorrência (19%), na comparação com a pesquisa anterior. O presidente da Fiep, Edson Vasconcelos, avaliou que os resultados mostram que, apesar de algumas incertezas que ainda persistem sobre o desempenho econômico do país, a indústria paranaense tem boas perspectivas para 2024.
“Muitos industriais ainda analisam o cenário com certa cautela e mantêm expectativas neutras, mas a disposição para novos investimentos mostra que a indústria do Paraná pode prosseguir crescendo neste ano”, disse.
“Entendemos que esse cenário pode se tornar mais dinâmico se tivermos ações efetivas em favor de políticas industriais nas esferas federal, estadual e municipal, que melhorem nosso ambiente produtivo e aumentem a competitividade das empresas. É colocando isso como prioridade que a Fiep vem pautando suas ações”, completou.
A conjuntura econômica nacional – envolvendo questões como inflação, taxa de juros e câmbio, entre outras – é o fator apontado como o mais relevante para o desempenho dos negócios da indústria em 2024, segundo a Sondagem Industrial. Para 75% dos entrevistados, esse item tem alto impacto para os negócios. Em seguida, como fatores mais impactantes, aparecem a agenda de reformas (58%) e a corrupção (51%).
“É importante destacar que a corrupção, além de todos os problemas que traz para a gestão pública, também tem um reflexo direto sobre o ambiente de negócios do país, por isso precisa ser combatida com seriedade em todas as esferas”, avalia o presidente da Fiep. Completam a lista dos cinco fatores com alto impacto sobre o desempenho das empresas a conjuntura econômica internacional (39%) e a segurança energética e hídrica (38%).
Investimentos
A boa notícia é que mesmo com intenções cautelosas para 2024, 87% dos empresários que responderam à pesquisa confirmaram disposição em fazer novos investimentos em 2024. Cerca de 30% pretendem fazer mais ou muito mais do que foi realizado em 2023. Outros 33% devem manter o nível feito em 2023. Já 24% devem reduzir os valores. E apenas 13% sinalizaram que não vão investir no ano que vem.
As principais áreas de investimento previstas para 2024 são: compra de máquinas e equipamentos (68%), capacitação de pessoal (54%), inovação de produtos e processos (49%), ampliação da capacidade produtiva (41%) e melhoria da gestão (40%).
Quanto à principal fonte de financiamento, 61% afirmaram que utilizarão recursos próprios, 21% pretendem recorrer a bancos de fomento e desenvolvimento, e 12% indicaram que devem procurar bancos tradicionais.
O presidente da Fiep ressalta que os investimentos são essenciais para que as indústrias melhorem seus processos produtivos e conquistem novos mercados. “Principalmente por termos, da porta para fora das empresas, um ambiente com muitos desafios, é essencial que as empresas aumentem sua competitividade por meio de investimentos em melhorias de processos e produtos”, diz. “Porém, para isso, é preciso melhorar as condições de crédito no país. Como mostra a pesquisa, o alto custo dos financiamentos faz com que as indústrias precisem utilizar recursos próprios, quando haveria um estímulo muito maior para investimentos se tivéssemos crédito mais barato e acessível”, conclui.
Fóruns Regionais
Durante a apresentação dos resultados da Sondagem Industrial, a Fiep anunciou, também, a realização dos Fóruns Regionais da Indústria, que acontecerão a partir de março. O objetivo dos encontros é aproximar a Federação de suas bases, conhecendo de perto as demandas e expectativas da indústria das diferentes regiões do Paraná.
“Nossa intenção é conhecer as necessidades da indústria em todo o Estado e, com base nisso, incentivar a implementação de uma política industrial focada nas prioridades de cada região, com a participação também dos municípios, que são fundamentais nesse processo”, explica Vasconcelos. Uma das principais características dos Fóruns será o forte engajamento de empresários, entidades parceiras e poder público para fortalecer a atuação do setor.
Comentários estão fechados.