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Professora do curso de medicina veterinária da PUCPR alerta sobre a doença fúngica que pode afetar humanos e animais
Os casos de esporotricose mais que dobraram no último ano no Paraná. Segundo a Secretaria de Saúde (Sesa), o número da doença em humanos, em 2022, foi de 215 casos, enquanto neste ano, até outubro, já atingiram a casa dos 660. Enquanto as notificações em animais subiram de 793 para 2.274. As regionais de saúde que mais apresentaram incidências de casos foram a Metropolitana de Curitiba e de Foz de Iguaçu.
A esporotricose é uma zoonose caracterizada como uma micose subaguda a crônica, causada pelo fungo Sporothrix spp. “A doença, em humanos, se manifesta na pele, no tecido subcutâneo e vasos linfáticos, podendo afetar órgãos internos. Já em animais, ela pode apresentar lesão de pele e na mucosa, até sinais extra cutâneos, principalmente respiratórios e manifestações sistêmicas”, aponta Vanessa Yuri de Lima, coordenadora do Curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Câmpus Toledo. Os sintomas podem demorar até 14 dias para aparecer.
A transmissão da doença pode ocorrer através de arranhaduras, mordidas ou contato direto com algum ferimento de gatos infectados. “Os felinos são grandes portadores da doença, principalmente por seus hábitos de escavar a terra, que é onde o fungo pode ser encontrado”, comenta a professora. “A esporotricose como doença sempre existiu, mas, por ser um agente infeccioso e agora termos os pets como membro da família, a disseminação ficou facilitada”.
Para evitar a doença, é indicado manter os felinos sem contato com a rua, imunizados para outras doenças e saudáveis, além de manter o ambiente sempre limpo. Caso surjam os sintomas, é necessário levar o animal para um médico veterinário, além do dono também fazer uma visita a um especialista.
Apesar das medidas adotadas, é importante que a população tome cuidados para evitar a contaminação pela doença.
Dicas de prevenção
Aqui estão algumas dicas para prevenir a esporotricose:
Mantenha os gatos dentro de casa.
Vacine seus gatos contra as doenças infecciosas.
Lave as mãos com água e sabão após tocar em gatos ou em ambientes que possam estar contaminados.
Use luvas ao cuidar de animais feridos ou doentes.
Realizar a jardinagem com utilização de luvas.
Sintomas da esporotricose
Os sintomas da esporotricose podem variar de acordo com o local da infecção. Em humanos, a doença geralmente se manifesta na pele, com o surgimento de lesões avermelhadas, que podem ser pequenas ou grandes, únicas ou múltiplas. As lesões podem ser dolorosas ou não, e podem evoluir para ulcerações.
Em casos mais graves, a esporotricose pode se espalhar para os vasos linfáticos, causando inchaço nos gânglios linfáticos. Também pode atingir órgãos internos, como os pulmões, o fígado e os rins.
Em animais, os sinais clínicos da esporotricose também podem variar. As lesões na pele são as mais comuns, mas também podem ocorrer problemas respiratórios, como tosse e dificuldade para respirar. Em casos graves, a doença pode levar à morte.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da esporotricose é feito com base nos sintomas e no histórico do paciente. Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames laboratoriais para identificar o fungo causador da doença. O tratamento da esporotricose é feito com antifúngicos. O tipo de medicamento e a duração do tratamento variam de acordo com a gravidade da doença.
A esporotricose é uma doença grave, mas que tem tratamento. Com cuidados preventivos, é possível evitar a contaminação e a disseminação da doença.
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