Valor é cerca de R$ 7 milhões superior ao arrecadado em 2022. Ao longo do último ano, mais de 296 mil multas foram aplicadas no perímetro urbano da cidade, uma média de uma infração a cada dois minutos.
Por Victor Ramalho
Os motoristas maringaenses pagaram R$ 41 milhões em multas de trânsito em 2023. O número foi consultado pelo Maringá Post, através do Portal da Transparência da Prefeitura de Maringá nesta sexta-feira (5).
Os dados são disponíveis para consulta pública e, para ter acesso, basta acessar a aba “Execução (Receita)” e clicar em “Receita”. Em seguida, é necessário acessar as abas “Receitas Correntes”, “Outras Receitas Correntes”, “Multas Administrativas, Contratuais e Judiciais (duas vezes)” e, por fim, clicar em “Multas previstas no Código de Trânsito Brasileiro – CTB”.
O valor é cerca de R$ 7 milhões superior ao pago em 2022, quando os maringaenses pagaram R$ 34 milhões em multas. Ao longo do último ano, foram 296.161 multas de trânsito aplicadas em Maringá, somente de janeiro a novembro. Os dados de dezembro ainda não foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob).
Mesmo assim, a quantidade de multas superou a de todo o ano de 2022 em cerca de 17 mil autos de infração. Em 2022, foram 279.459 multas aplicadas na cidade, conforme a Semob.
Em 2023, a maioria das multas de trânsito aplicadas em Maringá (172.710 ou 58% do total) foram por radares. De fevereiro a maio, no entanto, os radares da Cidade Canção não aplicaram nenhuma multa, por estarem sendo substituídos.
Na média, Maringá aplicou quase 25 mil multas por mês, o que daria cerca de uma infração a cada dois minutos.
Como os recursos de multas são aplicados?
Em 2023, o secretário de Mobilidade Urbana de Maringá, Gilberto Purpur, explicou ao Maringá Post como os recursos oriundos das multas de trânsito são aplicados na cidade. Nem todo o dinheiro fica no município.
“Existem taxas de outros órgãos que são descontadas diretamente, quando as multas são pagas. O Funset (Fundo Federal para Educação no Trânsito) fica com 5%; a Celepar com R$ 15,26 por multa; o Detran R$ 8,97 por multa; e os Correios duas vezes R$ 2,35 (se não houver recurso ou indicação de condutor). Além desses descontos, a Semob tem os custos de processamento dos autos e a remuneração das empresas que operam os radares”, explicou na época sobre a divisão dos valores.
“É importante destacarmos que Maringá tem a terceira maior frota de veículos do Paraná. Dessa forma, é natural que a arrecadação seja alta. Os recursos arrecadados com as multas são aplicados em três frentes: educação para o trânsito, fiscalização e engenharia de tráfego. Na educação para o trânsito, os recursos são investidos em campanhas de conscientização dos motoristas e em atividades com as crianças, por exemplo. Em relação à fiscalização, refere-se a aquisição de viaturas, equipamentos eletrônicos de fiscalização, uniformes e equipamentos dos agentes, cavaletes, cones, geradores de energia para emergências e outros insumos. Na engenharia de tráfego, para aquisição de semáforos, tintas de demarcação viária, placas, máquinas, caminhões e outros serviços terceirizados de engenharia”, completou o secretário sobre a aplicação dos recursos.
Nesta sexta-feira (5), o Maringá Post também entrou em contato com a Prefeitura de Maringá, que se manifestou por meio de nota, informando que os recursos de multas são revertidos em ações de conscientização. Leia na íntegra:
“O município realizou no ano passado a instalação de novos equipamentos de fiscalização eletrônica em locais estratégicos, para ampliar a segurança no trânsito na cidade. A instalação dos radares ocorreu após estudo técnico que identificou os pontos da cidade com maiores índices de acidentes e mortes por excesso de velocidade. Os valores arrecadados com as infrações de trânsito são investidos em melhorias na mobilidade urbana da cidade e em campanhas e projetos de educação no trânsito em escolas, empresas, nas vias da cidade e na mídia. Com ações diárias e contínuas, os agentes orientam a população sobre a importância de respeitar a sinalização de trânsito e a velocidade das vias, da manutenção dos veículos, do uso correto dos capacetes, sobre os riscos do uso do celular no volante, entre outros temas. Entre os projetos de educação no trânsito estão: o ‘Trânsito na Sala de Aula”, que leva as ações de educação no trânsito para as escolas; o projeto ′Pessoa Idosa no Trânsito′, com orientações aos idosos’; o projeto ‘Moto Vida’, de direção defensiva; as atividades lúdicas com personagens nos diversos espaços públicos; as ações do Maio Amarelo; ações da Semana do Trânsito; ações da Semana do Ciclista, e diversas outras ações”.
Imagem Ilustrativa/Arquivo/PMM
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