Elaboração de um Masterplan Urbanístico e cumprimento do Plano de Aceleração Econômica serão essenciais para o futuro prefeito de Maringá, avalia presidente do Codem

Ao Maringá Post, a presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), Jeane Nogaroli, falou sobre como a temática impacta na economia local e destacou a boa relação da entidade com o poder público.

  • Ao Maringá Post, a presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), Jeane Nogaroli, falou sobre como a temática impacta na economia local e destacou a boa relação da entidade com o poder público.

    Por Victor Ramalho

    Ter um plano coordenado de crescimento é algo essencial para qualquer cidade. Em Maringá, o município conta, além do poder público, com o apoio do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), entidade de classe que atua junto ao Executivo na definição de metas de crescimento em vários eixos, como Saúde, Educação, Segurança Pública e Infraestrutura. Um desses planos é o já conhecido Plano de Aceleração Econômica de Maringá (PAEM).

    O documento, desenvolvido e revisado em conjunto com a Secretaria Municipal de Aceleração Econômica e Turismo (Saet), além de outras pastas relacionadas, reúne mais de 500 demandas da sociedade civil para o futuro de Maringá.

    Entre os eixos temáticos abordados e que demandarão atenção de um futuro prefeito em Maringá, a Mobilidade Urbana está entre as principais. A avaliação é da presidente do Codem, Jeane Nogaroli, entrevistada desta segunda-feira (4) da Série de Entrevistas “O futuro de Maringá”.

    A executiva, que assumiu a presidência do órgão no ano de 2022, exemplificou com os problemas no trânsito nas entradas da cidade. Para ela, o prejuízo não se restringe apenas ao aspecto econômico, mas também na saúde dos motoristas.

    “Na área da Mobilidade Urbana, temos muita coisa sendo discutida. Nós temos um problema de mobilidade no sentido leste/oeste de Maringá, até em nossas ligações com cidades do entorno, como Marialva, Sarandi, até está sendo discutida a implantação de um viaduto em Sarandi, mas essa questão vai muito além. Um trânsito ruim pode custar uma vida, uma ambulância que demora para chegar no hospital por conta de um congestionamento ou mesmo o estresse de uma pessoa que perde horas do dia presa em um engarrafamento”, citou.

    Para Jeane, soluções para este setor podem passar por muitas vertentes, desde a construção da ponte ligando Sarandi a Maringá, que já está em andamento, até mesmo a continuação do rebaixamento da linha férrea, sendo que o ideal é que se construa o ‘Masterplan Urbanístico’, um plano que define metas do setor para a cidade.

    “Se falamos em criar artérias para escoar o trânsito, como é a própria Avenida Colombo, em Maringá, podemos também pensar em várias outras opções, como seguir com o rebaixamento da linha férrea. Dentro da Câmara Técnica do Urbanismo, este é um ponto que é muito discutido”, disse.

    A presidente do Codem destacou o papel que a organização da Sociedade Civil pode ter na elaboração destas soluções. Ela cita, por exemplo, a articulação que não só o Conselho, mas também a Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), tiveram para tirar do papel a execução do Trevo do Catuaí, também iniciada em 2023.

    “Ela foi pauta muitas vezes (obra do Trevo do Catuaí). Já estou dentro do Codem há seis anos e sempre foi uma ‘dor’ da cidade, não só do Codem. Acim e Prefeitura demandaram muito essa obra, ao longo dos anos trouxemos diversos secretários para a cidade, reivindicando essa obra e ela saiu. Às vezes, as coisas não acontecem no mesmo dia, mas essa participação da sociedade ao lado dos governantes, fazendo essa ponte, é fundamental, pois fortalece o gestor”.

    Estar próximo da Sociedade Civil, inclusive, é uma outra característica importante para um futuro chefe do Executivo. Conforme explica Jeane, o Conselho de Desenvolvimento Econômico tem as ferramentas para criar planos estratégicos para o crescimento da cidade, além de estar sempre próximo do poder público na elaboração dessas propostas, como o Plano de Aceleração Econômica

    Ela cita, de maneira mais direta, o desejo e a articulação da sociedade civil organizada em fazer de Maringá um polo de inovação em tecnologias relacionadas com a Saúde. Uma das medidas para este objetivo já está em fase de elaboração: a construção do Parque Tecnológico da Saúde.

    “O governante, por melhor intencionado que seja, jamais irá conhecer todas as particularidades de cada setor econômico. É bacana poder conhecer cada setor e poder colocar no planejamento da cidade. No Plano de Aceleração Econômica, por exemplo, temos um eixo apenas para microempresas. O empreendedorismo ajuda a moldar a economia de uma cidade, então acreditamos muito nisso, vemos que a maioria dos empregos vem das pequenas e médias empresas, e mesmo as grandes empresas também tiveram de dar um primeiro passo, por isso temos que olhar para as empresas que estão nascendo agora e cuidar para que elas vivam bastante. Outro ponto importantíssimo é a implantação de um polo fármaco e de biotecnologia em Maringá, uma importante conquista neste sentido será a construção do Parque Tecnológico da Saúde do TECPAR em Maringá, um centro industrial de alta tecnologia capacitado na produção de vacinas. “, afirmou a Executiva.

    A presidente também finaliza destacando a boa relação que a entidade tem com o poder público. Na visão dela, um futuro prefeito também precisa ser uma figura de olhar sensível e que tenha uma boa agenda de trabalho com o Codem, a fim de tratar do cumprimento do Plano de Aceleração de Maringá.

    “Considero que o Codem tem um relacionamento excelente com o Poder Público, seja em nível municipal ou estadual, com uma interlocução menor na esfera federal, mas nossos governantes fazem essa ponte. Eu gosto muito do perfil gestor, tem que ser uma pessoa que seja uma boa ouvinte, tenha um bom coração para poder se sensibilizar com as dores das demais pessoas, afinal, tudo se resume a cuidar uns dos outros quando falamos em gestão pública. Então, além dessa empatia, esperamos uma pessoa muito atenta ao PAEM e aos indicadores sociais e econômicos, distribuindo bem as ações para o seu secretariado. Além disso, o ideal é que seja um gestor que tenha uma agenda de trabalho, que organize quais são as demandas prioritárias da cidade, o que já foi entregue e o que ainda não foi entregue “, finaliza.

    Foto: Divulgação/Codem

    Comentários estão fechados.