Estreante na vida pública, o parlamentar diz ainda ter projetos que gostaria de colocar em execução e fala da proximidade com os projetos sociais: “ser vereador nos permite estar mais perto das pessoas”.
Por Victor Ramalho
Como já apontado pelo Maringá Post anteriormente, a atual legislatura da Câmara de Maringá é uma das mais “jovens” da história política local. Atualmente, são 7 dos 15 vereadores em vereadores estreando na vida pública. E entre os parlamentares que ocupam o primeiro mandato, está Paulo Biazon (União Brasil), entrevistado desta semana da Série de Entrevistas com os vereadores de Maringá.
Policial militar de carreira, Biazon serviu durante 11 anos em Maringá, mas já era figura conhecida na cidade antes disso, por conta de seu envolvimento com projetos sociais. A frente da Associação Maringaense de Karatê Shotokan (AMKS), fundada por ele próprio em 2009, começou a dar aulas gratuitas de karatê. Um dos projetos comandados pelo parlamentar dentro da modalidade chegou a beneficiar mais de 1300 alunos na região.
Para a reportagem, Biazon conta que virar vereador, inicialmente, não estava nos planos. Hoje, no entanto, percebe que a função o deixa ainda mais próximo da comunidade. “Eu gostei muito dessa atividade, de poder ajudar as pessoas. Eu sempre estive envolvido em projetos sociais e percebo que na função de vereador nós continuamos tendo essa possibilidade (de ajudar). São muitas batalhas, o jogo político é muito difícil, mas seguimos aprendendo um pouco a cada dia. Acredito que estamos fazendo um bom trabalho, mas quem pode dizer isso com segurança é a população. Sempre que compartilhamos em nossas redes ou falamos na imprensa sobre o nosso trabalho, o retorno é muito positivo”, afirmou.
Ao Maringá Post, Paulo Biazon também fez uma avaliação do próprio mandato, falou dos projetos que mais se orgulha e diz que ainda tem outros que planeja tirar do papel. Confira a entrevista completa:
- Para que os eleitores possam te conhecer: O que motivou o senhor a se candidatar a vereador pela primeira vez, em 2020?
R: “Eu fui convidado por alguns partidos para ser candidato. No começo eu neguei o convite, mas depois, pessoas de meu convívio mais próximo, como amigos e parentes, começaram a me convencer de que seria possível (ser eleito), que seria uma honra representar Maringá. Como sempre vivi em Maringá, fui professor, policial militar e atleta, decidi arriscar. Aceitei o convite do primeiro partido que me convidou, o União Brasil, que na época ainda era o PSL, e tivemos a felicidade de sermos escolhidos pela população.”
- Já passando da metade do primeiro mandato, que avaliação faz do próprio trabalho? Tem algum projeto que você se orgulha mais de ter proposto/aprovado?
R: “Eu gostei muito dessa atividade, de poder ajudar as pessoas. Eu sempre estive envolvido em projetos sociais e percebo que na função de vereador nós continuamos tendo essa possibilidade (de ajudar). São muitas batalhas, o jogo político é muito difícil, mas conseguimos aprender um pouquinho a cada dia. Acredito que estamos fazendo um bom trabalho, mas quem pode dizer isso com segurança é a população. Sempre que compartilhamos em nossas redes ou falamos na imprensa sobre o nosso trabalho, o retorno é muito positivo. Nós aprovamos algumas leis importantes, como a que determina a divulgação da destinação do Imposto de Renda para entidades assistenciais de Maringá e também a que cria o projeto de aulas de defesa pessoal para mulheres. São várias que estamos atuando. É difícil focar em uma só pois a cidade é bastante complexa, nos demanda atenção em vários segmentos.”
- Tem algo que o senhor gostaria de ter feito enquanto vereador e ainda não teve a oportunidade? Ou alguma pauta que tentou colocar em discussão e, por algum motivo, não caminhou?
R: “Eu tenho um sonho que é aprovar um projeto voltado para a sustentabilidade, que chamamos de “Vá de bike”, que seria um incentivo fiscal, na forma de desconto em tributos municipais, para empresas que consigam comprovar que ao menos 30% dos seus colaboradores se locomovem ao trabalho de bicicleta ou algum veículo similar, como patinete, skate e afins. Os colaboradores, por sua vez, teriam o incentivo de acumular “pontos” em um app, cada vez que usassem esse modais, para que pudessem ser usados no comércio local. É uma forma de estimular a sustentabilidade, o cuidado com o meio ambiente. Isso ainda está travado, mas estamos tentando fazer. É algo que acredito que todos saem ganhando: a empresa, os colaboradores e o município.”
- É comum vermos agentes de segurança se concentrarem apenas nessas pautas. O senhor, no entanto, propõe projetos voltados ao assistencialismo, para reconhecer as entidades. De onde vem isso?
R: “Eu sempre trabalhei tentando levar meu conhecimento para as pessoas. Comecei dando aula de karatê em 2000, como professor auxiliar. Em 2009, me tornei professor efetivo, já havia concluído a faculdade de educação física e competido em eventos. Acredito que foi daí que veio esse desejo de dar evidência para esses projetos.”
- Como o senhor classifica a relação da Câmara com o Executivo? E a sua em particular com a Prefeitura?
R: “Nós somos da base do governo, fui eleito na coligação que elegeu o prefeito Ulisses Maia e seguimos trabalhando para que a cidade aconteça da forma que as pessoas precisam.”
- E a relação do senhor com demais organizações da sociedade civil (Acim, Codem, SRM e similares). É um diálogo produtivo para a cidade?
R: “É uma relação muito boa. Antes de ser vereador, já tinha um contato próximo com a Acim, ganhei algumas vezes o prêmio “Acim Esportes”, por ter sido técnico e atleta do município. Esse contato se manteve e hoje temos uma entrada muito bacana com essas entidades, para saber o que elas necessitam.”
- Para o futuro, quais são os seus planos políticos? Tem algum outro cargo ou função que gostaria de exercer?
R: “No momento, trabalhamos na pré-campanha pensando uma reeleição para o Legislativo. Dizem que a segunda eleição é sempre a mais difícil, onde o eleitor avalia a chance dada para o candidato que está no cargo pela primeira vez. Mas temos confiança que fizemos um bom trabalho e podemos, sim, conquistar uma cadeira na Câmara novamente em 2024.”
- Qual avaliação o senhor faz da administração municipal em Maringá?
R: “Acredito que a administração é muito boa e há indicadores que comprovam isso. Podemos pegar como exemplo a educação, onde o nosso Ideb é um dos maiores do Paraná. Com relação a segurança, uma coisa que as pessoas cobram muito, dependemos do aumento de efetivo da Polícia Militar, algo que depende do Estado, mas a Guarda Municipal recebeu recursos que foram de grande valia. Há sim algumas questões esporádicas que demandam a cobrança dos vereadores, que é a nossa função natural, pois sempre há onde melhorar. Mas, no geral, é uma boa gestão.”
- E avaliação dos Governos Estadual e Federal? Visto que tivemos troca de presidente recentemente.
R: “O Governo Estadual vem sendo bom. Sou servidor estadual, sempre temos algumas questões de cobrança de reajuste salarial, carga horária, ainda mais na Polícia Militar, mas no geral acredito que esteja sendo um bom Governo para a população. No âmbito federal, tivemos uma troca. São muitas falácias e situações que ainda teremos que esperar para ver, mas como sempre digo: é um Governo que foi eleito pelo voto popular e essa questão precisa ser respeitada. Resta trabalhar para não perdermos o que foi conquistado até esse momento.”
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Foto: Marquinhos Oliveira/CMM
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