Das 22 mortes registradas em acidentes de trânsito em Maringá neste ano, 8 foram de pessoas acima dos 60 anos. 199 idosos morreram vítimas do trânsito da Cidade Canção desde o início da série histórica, em 2005.
Por Victor Ramalho
Na sexta-feira (28) morreu, na UTI do Hospital Bom Samaritano de Maringá, o senhor José Freddi, de 85 anos. Ele deu entrada na unidade com ferimentos graves após ter sido atropelado na Avenida Independência, na Zona 4, no dia anterior. Ele foi a 22ª vítima de acidentes fatais no trânsito da Cidade Canção em 2023.
Neste ano, até o momento, os idosos lideram a estatística de mortes no trânsito em Maringá. Das 22 vítimas, 8 tinham acima dos 60 anos de idade, conforme dados do 4º Batalhão da Polícia Militar (PM) compilados pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob).
Os dados envolvem vítimas na condições de pedestres, motoristas, ciclistas e também motociclistas. O compilado não considera acidentes registrados no perímetro urbano da Avenida Colombo, por ser de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Desde o início da atual série histórica, em 2005, os idosos foram o 2º grupo com o maior número de vítimas em acidentes fatais. Das 981 mortes registradas em acidentes de trânsito na cidade neste período, foram 199 pessoas acima dos 60 anos, sendo 88 mortos na faixa etária de 60 a 69 anos e 111 acima dos 70 anos. No período, apenas a faixa etária de 20 a 29 anos teve mais vítimas, com 251 mortos.
Mortes no trânsito de Maringá desde 2005 | Divisão por faixa etária:
- 0 a 9 anos: 10 mortes
- 10 a 17 anos: 44 mortes
- 18 e 19 anos: 59 mortes
- 20 a 29 anos: 251 mortes
- 30 a 39 anos: 164 mortes
- 40 a 49 anos: 138 mortes
- 50 a 59 anos: 106 mortes
- 60 a 69 anos: 88 mortes
- acima de 70 anos: 111 mortes
- não informado: 10 mortes
Fonte: Polícia Militar/Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob)
De acordo com o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na região de Maringá, Pedro Faria, há alguns cuidados que os idosos podem tomar para evitar acidentes na condição de pedestres. “As pessoas com certa idade elevada tendem a ter a percepção diminuída, isso relacionado a vários fatores. E no trânsito, isso afeta diretamente na segurança, tanto dos pedestres, como dos condutores, eis que há a necessidade de uma atenção constante, por exemplo: em uma travessia de uma rua, rodovia, onde o pedestre tem que se acercar de que poderá atravessar com segurança. Aqui entra a percepção de tempo e espaço necessários para se fazer a travessia, calculada a possível velocidade desenvolvida pelo veículo que se aproxima”, afirma.
Ele lembra que os cuidados também devem ser seguidos quando uma pessoa idosa está na condição de condutora de algum veículo. “Para os condutores, a mesma questão relacionada a percepção. Entendemos que os condutores com percepção aguçada tendem a se anteciparem de fatores alheios a sua dirigibilidade, como por exemplo um objeto que se solta de um outro veículo, neste caso, em se estando atento, poderá, a depender da situação fática, tomar uma atitude defensiva para desviar e a depender de uma percepção retardada, isso poderá não acontecer”, explica.
Por fim, Faria também reforça que, pela legislação, os motoristas tendem a ter uma responsabilidade maior na condução de um trânsito seguro. “Vale ressaltar que, segundo o CTB (art 29, parágrafo 2º), cabe aos veículos maiores o cuidado com os menores e todos o cuidado com os pedestres. Em suma, é o princípio da incolumidade dos veículos menores pela sua vulnerabilidade dentre os demais e a necessidade de atenção para com os pedestres tendo em mente a vulnerabilidade destes para com o trânsito”, finaliza.
Foto: Ilustrativa/Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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