Conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), município pretende gastar até R$ 41 milhões em subsídios para o transporte público neste ano. Há a expectativa de que o valor da tarifa de ônibus possa cair em breve, segundo o secretário da pasta.
Por Victor Ramalho
Maringá já desembolsou R$ 21 milhões para os pagamentos do subsídio destinado a Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), empresa que faz a gestão das linhas de ônibus na cidade, em 2023. Os dados foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) e são relativos ao período de janeiro a maio.
Na média, é como se o município tivesse desembolsado pouco mais de R$ 4 milhões por mês para os pagamentos, que são relativos aos passes do estudante, gratuidades para públicos prioritários e parte do valor da tarifa ao usuário final.
De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana de Maringá, Gilberto Purpur, o valor está dentro do programado pela Semob no começo do ano. Nas contas da pasta, o município irá desembolsar algo em torno de R$ 41 milhões com os pagamentos até o fim do ano, valor que já havia sido adiantado à reportagem em fevereiro.
“Nós consideramos o valor dentro da normalidade. É importante ressaltar que o subsídio não é só na tarifa do usuário comum, mas nós também bancamos gratuidades para idosos, gestantes e deficientes, além do passe do estudante. Só com os estudantes, o município investe em média R$ 1,5 milhão mensais”, disse o secretário.
O valor do subsídio mensal é variável e pago de acordo com a quantidade de usuários que utilizam o sistema. Em maio, por exemplo, o valor total investido foi de R$ 3,5 milhões. Somente em gratuidades, o município pagou as passagens de 343 mil usuários no último mês, conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana.
Fluxo de passageiros cresce, mas ainda não atingiu os patamares pré-pandemia
Ainda de acordo com Gilberto Purpur, o crescimento na quantidade de usuários poderia ajudar a reduzir o valor da tarifa, já que parte do subsídio tem relação com os cálculos de reequilíbrio financeiro do sistema. Com a queda de usuários na pandemia, o valor da “tarifa técnica” – que é o valor que a passagem deveria custar ao usuário final -, chegou a R$ 7,05, mesmo valor atual.
Ao usuário final, a tarifa custa atualmente R$ 4,80, valor reajustado em fevereiro, com o município bancando os outros R$ 2,25 restantes, como uma maneira de atrair novos usuários, o que até está ocorrendo, mas de forma mais lenta do que o esperado.
Em 2022, pouco mais de 21 milhões de usuários utilizaram o transporte coletivo em Maringá, uma média de 64 mil usuários ao dia. Em 2023, o município afirma que esse patamar esteve em 95 mil usuários/dia até o mês de maio. Apesar do crescimento, os patamares pré-pandemia ainda não foram alcançados.
“A quantidade de usuários está crescendo, mas ainda estamos ‘batendo na trave’, não conseguindo superar a barreira dos 100 mil usuários ao dia. Antes da pandemia, nós tínhamos uma média de 140 mil pessoas usando o transporte diariamente, mas perdemos cerca de 40% desses usuários que não retornaram mais ao sistema”, acrescenta Purpur.
Valor da tarifa pode abaixar em breve
Na mesma entrevista, Gilberto Purpur explica que, nos próximos dias, o município deverá fechar os números do primeiro semestre para recalcular, junto à empresa, o valor da tarifa técnica. A tarifa é calculada levando em consideração alguns fatores, c0mo insumos dos veículos, salários de colaboradores, manutenção e preço do diesel.
Ainda sem conseguir precisar um valor, o secretário afirma que a tendência é que a tarifa técnica tenha redução, o que pode refletir na queda do passe ao usuário final.
“Nós vamos fechar os números nos próximos dias. Esse acompanhamento é feito constantemente, como já havíamos citado em fevereiro, quando a tarifa foi reajustada. Caso tenha queda na tarifa técnica, provavelmente a tarifa ao usuário também deverá cair. Não sabemos ainda, mas a tendência é de queda”, finalizou.
Foto: Ilustrativa/Arquivo/PMM
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