Apenas 16% do legislativo nas maiores cidades do Paraná é ocupado por mulheres

O levantamento foi feito pelo Maringá Post, analisando a composição da Câmara de Vereadores dos 10 maiores municípios do Estado. Maringá ocupa a 6ª posição no ranking, com apenas 13% de participação feminina.

  • O levantamento foi feito pelo Maringá Post, analisando a composição da Câmara de Vereadores dos 10 maiores municípios do Estado. Maringá ocupa a 6ª posição no ranking, com apenas 13% de participação feminina.

    Por Victor Ramalho

    No Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira, 8 de março, o Maringá Post mostra que a participação feminina na Política ainda precisa de avanços consideráveis. Mesmo sendo maioria no eleitorado nacional, elas ocupam pouco espaço na vida pública.

    Segundo um levantamento feito pela reportagem, as mulheres ocupam apenas 16,1% do poder legislativo nos 10 maiores municípios do Paraná. Em um universo de 205 parlamentares, são apenas 33 vereadoras. Os números não condizem com a realidade do eleitorado. No Paraná, por exemplo, as mulheres são 52,2% do total de eleitores aptos a votar, com cerca de 4,2 milhões de mulheres entre os 8 milhões de eleitores paranaenses. Confira o ranking de participação feminina no legislativo abaixo:

    Ranking de participação feminina no legislativo das 10 maiores cidades do Paraná

    MUNICÍPIO NÚMERO DE VEREADORES NÚMERO DE MULHERES PARLAMENTARES PROPORCIONALIDADE
    Londrina 19 7 36,84%
    Curitiba 38 8 21,05%
    Foz do Iguaçu 15 3 20%
    Guarapuava 21 4 19,05%
    Ponta Grossa 19 3 15,79%
    Maringá 15 2 13,33%
    Paranaguá 19 2 10,53%
    Cascavel 21 2 9,52%
    Colombo 17 1 5,88%
    São José dos Pinhais 21 1 4,76%
    TOTAL 205 33 16,10%

    Segunda maior cidade do Paraná, com 575.377 habitantes, Londrina é quem tem a maior representação feminina na Câmara Municipal entre as cidades observadas. Em 19 cadeiras no parlamento, 7 são ocupadas por mulheres. Mesmo assim, a proporcionalidade é de apenas 36,8%. A capital Curitiba, segunda colocada no ranking, reúne apenas 21,05% de participação feminina no legislativo, com 8 cadeiras entre 38 parlamentares.

    Em Maringá, o cenário é ainda pior. A Cidade Canção ocupa apenas a 6ª posição no ranking das 10 cidades, com 13,3% de participação feminina no legislativo. São duas mulheres vereadoras entre os 15 parlamentares maringaenses. Atualmente, quem representa as mulheres em plenário em Maringá são as vereadoras Professora Ana Lúcia (PDT) e Cris Lauer (PSC).

    E foi justamente em Maringá que, em 2020, um movimento coordenado por mulheres decidiu agir para reivindicar uma maior presença feminina na vida pública. Trata-se do “Mais Mulheres no Poder”.

    A organização, que presta auxílio para mulheres que querem entrar na política, já ajudou a impulsionar a candidatura de várias candidatas da região nas eleições municipais de 2020 e nas gerais de 2022. Atualmente, o movimento na cidade já conta com mais de 50 mulheres filiadas, tendo representantes de todas as legendas.

    De acordo com a porta-voz do Mais Mulheres, Brenda Rompatto, o movimento surgiu com a ideia de conectar as mulheres por um objetivo comum. Atualmente, o grupo já tem pretensões maiores, de poder ajudar mulheres de todos os cantos do Estado.

    “No começo, era uma questão de identificação. Várias mulheres, que se conheciam e tinham o mesmo desejo (de entrar na vida pública) foram se identificando umas com as outras e decidiram se unir, criar esse movimento que, futuramente, iria auxiliar na trajetória política dessas mulheres. Hoje, nossa intenção já é expandir. Já há o Mais Mulheres Paraná e temos o objetivo de, futuramente, até poder oferecer uma capacitação para essas mulheres participantes”, explicou.

    Na opinião da jovem, uma maior presença feminina na política passa, justamente, por movimentos como esse, através da integração entre mulheres que tenham o desejo de buscar seu espaço dentro do parlamento.

    “Acredito que seja isso que estamos fazendo. Esse movimento que criamos mostra justamente que a participação feminina na política passa por essa colaboração, coletividade, uma mulher ajudando a outra, apoiando a outra, compartilhando conhecimento e criando essa harmonia. A partir disso, seremos capazes de impulsionar cada vez mais mulheres na política”, finalizou.

    Imagem Ilustrativa/Arquivo/CMM

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