Vereadora Cris Lauer denuncia descasos da prefeitura no Centro de Referência e Acolhimento ao Imigrante

Cris Lauer denunciou supostas irregularidades no Centro de Referência e Acolhimento ao Imigrante. A Secretaria da Juventude, Cidadania e Migrantes respondeu.

  • Durante as sessões da Câmara Municipal nesta semana, a vereadora Cris Lauer realizou denúncia de suposta irregularidade no funcionamento do Centro de Referência e Acolhimento ao Imigrante (chamado por Lauer de “Casa do Imigrante”). De acordo com a vereadora, o Centro funciona à base de doações, contudo, ela ressalta, há verba para a manutenção e os cuidados do local.

    Ainda de acordo com Lauer, na reunião de terça-feira (18/10), o Centro estaria sem gás desde sexta-feira passada (14/10). Por conta disto, ela diz, na segunda-feira (17/10), foi oferecida “lavagem” do Restaurante Popular para os residentes comerem.

    Para a vereadora, tal palavra faz referência não à qualidade dos alimentos oriundos do Restaurante, mas sim ao modo como os alimentos foram embalados. “Foram no Restaurante Popular, colocaram em sacos plásticos tudo. Rasparam as panelas. Eu tenho as fotos […] das comidas tudo misturada no saco plástico”, disse a vereadora.

    Ela ainda citou Fernando Vanalli com a intenção de “desmentir” a fala do pastor de que o atendimento do Centro ocorre de forma integral. “Chega uma hora da tarde que não tem nenhum funcionário”, disse ela, que ainda ressaltou que uma rede WiFi teria sido instalada apenas nesta semana ou na semana passada. Há meses, ela acusa, os imigrantes residentes estariam sem rede de internet.

    Cris Lauer ainda acusou o Centro de não ter feito a documentação dos imigrantes; afirma que eles “contam com anjos” para conseguir os documentos necessários.

    O Maringá Post foi atrás de respostas por conta da Secretaria da Juventude, Cidadania e Migrantes. O órgão revelou, em primeiro lugar, que esta teria sido a primeira e a última vez que o Restaurante Popular teria oferecido alimentos ao Centro de Referência e Acolhimento ao Imigrante. Por conta da denúncia, disseram, o Restaurante não fornecerá mais a alimentação e isto prejudicará os próprios imigrantes. De acordo com a Secretaria, o combinado era que ao Centro fosse oferecida apenas a proteína, uma vez que local já possui arroz.

    Quanto à fala da vereadora sobre o oferecimento de “lavagem”, o órgão revelou que há dois tipos possíveis de embalagem: para um número expressivo de pessoas, há uma Tupperware térmica que conserva o alimento. Quando o alimento deve ser entregue para um número menor de pessoas, como é o caso do Centro, que no momento conta com apenas 10, os alimentos são embalados em saquinhos esterilizados, comum em açougues e mercados, afirmaram.

    Apesar da entrega da proteína por parte do Restaurante Popular, revelam, a comida é feita no próprio Centro.

    Quanto à documentação, diz a Secretaria, são necessários documentos como certidões de nascimento e de antecedentes criminais para a emissão da Carteira de Registro Nacional Migratório (CRNM). Na ausência de tais documentos, somente poderia ser emitido um documento de refúgio. Isto seria um critério da própria Polícia Federal. Só seria possível conseguir tais documentos no próprio país de origem ou num consulado que reconhecesse a embaixada do Brasil.

    De acordo com o órgão, muitas empresas só realizam a contratação de imigrantes mediante apresentação da CRNM. Todavia, contam, ao fazer o documento de refúgio, a Polícia Federal faz uma CRNM temporária. Para nós, foi dito que todos na casa possuem documentos.

    Ainda nos foi dito que a verba para o Centro é direcionada e, por conta disto, “utilizada de forma equilibrada”, motivo pelo qual aceitam também doações. Uma parte da doação, disseram, é destinada para os imigrantes que não estão acolhidos no local.

    Outras acusações de Lauer que foram rebatidas incluem o fato de, supostamente, a “Casa dos Imigrantes” ainda estar em construção e, também, um vazamento originado da caixa d ‘ água do local. Primeiro, a Secretaria disse que a chegada de cada imigrante é uma novidade, portanto, estariam sempre em construção. Acerca da questão da caixa d’água, a Secretaria disse que o vazamento não teria ocorrido por conta dela, mas sim por conta de uma chuva forte que ocasionou um vazamento no registro, algo que teria sido reparado há muito tempo.

    A Secretaria afirmou que a manutenção da casa é realizada quando há necessidade.

    Reprodução: TV Câmara Maringá.

    Atualizado às 18:47h.

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