O “Papo de Especialista” de hoje (20), é com o doutor em Psicologia, e coordenador do curso de psicologia da PUC Londrina, Marcos Roberto Garcia.
Segundo o professor, o suicídio é a quarta causa de mortes no Brasil, o que é muito preocupante, porque muitas vezes é um tipo de morte silenciosa em todos os sentidos.
O termo silencioso é “um sentido muito importante”, pois é silencioso para quem está de fora, mas não para quem está em sofrimento.
“Ninguém vem com uma tarja escrita ‘vou tirar a minha vida'”, diz o profissional
Normalmente o suicida dá dicas de que não está bem, e é preciso que todos estejamos atentos, como sociedade, a esses sinais. Falar sobre as causas e sobre o suicídio são questões de políticas públicas e de convivência social.
A principal causa está ligada a transtornos mentais. Muitos pacientes com comorbidades mentais profundas acabam cometendo o ato.
Existem as causas impulsivas, como explica o doutor Marcos. No caso, algumas pessoas dão dicas mais explícitas mesmo, com palavras.
É importante, segundo ele, criar uma rede de apoio para pessoas que possuem uma pré-disposição, seja de qualquer causa, a cometerem suicídio. Criar condições de diálogo, acolher o outro, escutar o sofrimento do outro, o choro do outro.
Os sentimentos são termômetros – é muito fácil nos questionarmos quando estamos em momentos negativos, mas não nos questionamos em momentos positivos. E normalmente as pessoas que estão passando por tais situações, estão fazendo suas tarefas normais do dia-a-dia.
Oferecer ajuda e mediar ajuda entre quem está precisando e entre clínicas psicológicas, psiquiátricas, atendimentos acessíveis e gratuitos em UBSs, universidades, pontuar que essas instituições são uma possibilidade.
Exercícios de empatia: saber como abordar e falar as pessoas em necessidade de ajuda psicológica, pois muitas de nossas falas podem acabar piorando a situação daquela pessoa, mesmo que para nós, tais palavras sejam de encorajamento
“A empatia é um saber ser maior, e isso conseguimos exercitar no nosso dia a dia, no ônibus, na fila do supermercado, eu estou ouvindo pessoas mas não vou criticá-las, eu só vou entender quem são essas pessoas”, afirma.
O profissional explica que nós, seres humanos, temos a tendência de julgar demais. Nós nos julgamos e julgamos os outros, e isso é uma prática muito ruim e prejudicial para nós e para as outras pessoas, dessa forma, atribuímos juízos de valor onde eles não existem.
Não devemos julgar sentimentos, devemos acolhê-los.
“Não tente encontrar coisas que tem em você no outro, não vai encontrar, e se encontrar, em algum aspecto vai ser diferente”, conclui.
Todos somos pessoas diferentes, todos temos uma história e sentimentos, e esses sentimentos precisam ser olhados e atentados, e não julgados.
Imagem: freepik
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