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A equipe de profissionais da Secretaria de Saúde do Paraná, acompanhada de agentes da Secretaria de Saúde de Maringá, visitou, em 27 de junho de 2022, o Hospital Psiquiátrico de Maringá.
De acordo com a equipe, irregularidades e inconsistências foram encontradas em prontuários analisados. Durante a vistoria, 10 prontuários de pacientes foram examinados, sendo que apenas um paciente dentre esses teve contato com a família.
Segundo o relatório da Sesa, nenhum dos adolescentes internados no HPM estava acompanhado por um responsável legal, o que é previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. A equipe também não encontrou livros, revistas e nem materiais escolares ou de recreação para que os adolescentes dessem continuidade aos estudos no período de internação, conforme prevê a Lei Federal n. 13.716/18.
Um dos prontuários que foram analisados pelos profissionais pertence a um adolescente, que nos primeiros sete dias de internação fora descrito como “calmo e colaborativo”. A partir do sétimo dia, ele apresentou sonolência e uma queda no estado de saúde. De acordo com as informações, a equipe da Sesa checou esse adolescente, e notaram que ele precisava de auxílio de terceiros para realizar atividades como se alimentar e se deitar.
Os profissionais perceberam também que, um dos prontuários não mostrava registro, há uma semana, sobre a evolução de saúde de um paciente. Segundo o relatório, a equipe de enfermagem da Sesa teve dificuldade em manusear o desfibrilador, e apresentou dúvidas relacionadas a medicamentos.
Espelhos e fios elétricos visíveis, materiais que podem se tornar nocivos para pacientes psiquiátricos em internação, foram encontrados, e a água do chuveiro não esquentou, mesmo após ligarem a caldeira.
Na semana passada, dia 15 de julho, a Prefeitura de Maringá interditou o hospital e determinou que os pacientes sejam transferidos ou tenham alta (nos casos possíveis), em um prazo de 15 dias. A prefeitura ainda emitiu uma nota sobre o ocorrido:
“A Prefeitura de Maringá informa que, atualmente, estão internados no Hospital Psiquiátrico 105 pacientes – dos quais 31 são de Maringá e 74 de outras cidades -, embora o estabelecimento tenha capacidade para 252 leitos. A unidade já teve alas interditadas devido a problemas estruturais. Agora, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária, interditou o local porque o hospital não cumpriu com o Plano de Trabalho e está com a licença vencida desde abril, não tendo condições sanitárias para funcionar. O município e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) estão discutindo providências em relação aos pacientes. Um ofício foi encaminhado ao Ministério Público solicitando prazo de dez dias para apresentação de um plano de contingência”.
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