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Atualizado às 15h25
Uma médica está sendo investigada pela possível aplicação, em seus pacientes, de um medicamento para perda de peso que tem a comercialização proibida no Brasil. A ação foi conduzida pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), com apoio da Polícia Militar (PM). Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência e na clínica onde a profissional atua, em Colorado, na última terça-feira (25).
De acordo com as investigações, o medicamento ministrado seria a Tirzepatida, que originalmente é receitado para portadores de diabetes tipo 2. Não foi informado pelo Ministério Público quantos pacientes teriam recebido a medicação.
As investigações começaram a partir de denúncias dos próprios funcionários da clínica. Em alguns casos, as testemunhas relataram que a médica prometia rápida perda de peso mediante a aplicação de um medicamento, mas aplicava outro. Também relataram a reutilização de seringas descartáveis.
A Justiça acolheu os pedidos do MP para os mandados e também determinou que a licença da profissional de Saúde seja suspensa por um período de 90 dias. Em entrevista ao Maringá Post, o advogado que representa a médica, Luciano Mazeto, afirmou que a defesa ainda não foi notificada sobre a suposta suspensão da licença de trabalho da profissional, bem como ainda não teve acesso ao processo.
“O fato que tem que ser destacado é que apesar de a defesa ter protocolizado o pedido formal ao juízo criminal de Colorado no dia 17 de março, para ter acesso aos autor onde constam essas denúncias, até o dia de hoje ainda não fomos habilitados. Então não sabemos por qual motivo até hoje, dia 28, a defesa não foi habilitada ainda no processo criminal. Então, primeiro, nós temos que saber o que tem de denúncia contra a médica e até agora a defesa não sabe, a defesa não sabe”, afirmou.
A defesa também afirma que a importação do medicamento era feita de maneira legal, uma vez que o mesmo não é fabricado no Brasil. “A comercialização de um medicamento em específico, que é um medicamento que é indicado para pacientes que estão em tratamento de diabetes, que é popularmente conhecido, ele é um medicamento que não é produzido no Brasil, então não há um registro de um produto nacional. O que acontece é que, quando indicado para determinados pacientes, ou seja, quando há uma receita médica onde o médico indica esse medicamento, pode ser realizada a importação desse medicamento e aplicado nesse paciente. A importação desse medicamento, desde que feito com receita médica e de um local em que se comprove a procedência, ou seja, se comprove que esse medicamento é produzido conforme as normas do país que está exportando, e no caso nós aqui, importando no Brasil, então isso é permitido.”, reforçou o advogado.
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