No início da noite desta quinta-feira (4), o pastor evangélico Davi Vieira Passami foi preso pela Polícia Civil de Goiás. Ele é investigado por crimes sexuais contra ex-membros de sua igreja “A Casa”, em Goiânia.
O religioso foi detido em decorrência de acusações feitas por fiéis, envolvendo comportamentos de assédio e importunação sexual. Entre as denúncias, destaca-se um caso divulgado no ano passado, em que uma mulher relatou ter recebido uma chamada de vídeo na qual o pastor se masturbava e narrava uma fantasia erótica.
Esta não é a primeira vez que Davi Vieira Passamani se encontra no centro de investigações desse tipo. Desde 2020, três ex-membros da igreja Casa já haviam denunciado o religioso por situações similares. Em um desses casos, o pastor chegou a fazer um acordo com o Ministério Público e, em outro, ele foi condenado ao pagamento de uma indenização de R$ 50 mil.
Além das acusações de cunho sexual, em março deste ano, a ex-esposa do pastor o denunciou por violência psicológica, alegando que ele a perseguia e difamava, inclusive atacando os atuais líderes da igreja em que ela frequenta.
Davi Vieira Passamani foi afastado de forma definitiva da igreja Casa em dezembro e abriu uma nova igreja chamada A Porta.
O QUE DIZ A DEFESA
O advogado de defesa do pastor, Leandro Silva, declarou que o religioso nunca foi condenado por importunação sexual. “O que existe, na verdade, é uma briga, um golpe, para tomar o patrimônio dele”, afirmou.
As investigações sobre o caso estão em andamento.
OFENSAS NO TRIBUNAL
Em outro desenvolvimento relacionado ao caso, durante o julgamento de uma ação para reparação de danos morais movida por uma jovem que denunciou ter sido assediada sexualmente pelo pastor, o desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) Silvânio de Alvarenga fez comentários considerados ofensivos à denunciante.
Durante a sua fala, o desembargador reclamou de uma suposta “caça aos homens”, que estaria impedindo o relacionamento entre homens e mulheres.
“Essa caça às bruxas, caça aos homens. Daqui a pouco não vai ter nenhum encontro. Como você vai ter relacionamento com uma mulher, se não tiver um ‘ataque’? Vamos colocar ‘ataque’ entre aspas”, afirmou o desembargador.
Em seguida, ele questiona se a denunciante não teria sido “muito sonsa”.
“Uma outra pergunta também que eu faço, essa moça aí, ela mesma falou que é ‘sonsa’, ela mesma usou essa expressão, que não está compreendendo a coisa. Se ela não foi muito sonsa nesse…? No século que a gente está. É outra dúvida”.
Esse episódio gerou indignação e provocou uma reação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que anunciou a avaliação da atuação dos magistrados para verificar se ela afronta a Constituição Federal e as normas do próprio conselho.
Diante da repercussão do caso, o desembargador Silvânio mudou o voto e se posicionou a favor do líder religioso pagar uma indenização de R$ 50 mil para instituições que acolhem mulheres vítimas de violência.
Foto: Redes Sociais
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