Ginecologista preso por abuso sexual em Maringá: O que se sabe até agora

Até o momento, há oito vítimas cadastradas no procedimento em curso, com casos datados desde 2011 até 2023.

  • Nesta segunda-feira (11), as autoridades prenderam o ginecologista suspeito de abusar sexualmente de pacientes durante consultas em Maringá. O profissional vinha sendo alvo de investigações pela Polícia Civil.

    De acordo com a delegada da Mulher Paloma Batista, foi executado um mandado de busca e apreensão no mês de fevereiro, que resultou na apreensão de dispositivos eletrônicos e documentos que embasaram a representação pela prisão preventiva.

    Além disso, relatos de novas vítimas que buscaram assistência especializada ao longo do mês contribuíram para o desdobramento da investigação. Até o momento, há oito vítimas cadastradas no procedimento em curso.

    “A primeira é do ano de 2011. Nós temos vítimas também do ano de 2012, 2015, 2019, 2022 e 2023. Tem vítimas ali que são do mesmo ano”, diz a delegada.

    Na segunda-feira (11), foi emitido um segundo mandado de busca e apreensão, resultando na obtenção de um DVR e outros documentos que serão submetidos a perícia, com a possibilidade de identificação de mais vítimas.

    ABUSO SEXUAL

    Segundo relatos das vítimas, o ginecologista seguia o mesmo modus operandi quando cometia os abusos. Inicialmente, as pacientes compareciam às consultas acompanhadas por alguém – geralmente pelos namorados ou maridos. Depois de algum tempo, elas pegavam confiança no profissional e passavam a ir sozinhas.

    “Nesse momento que elas estavam sozinhas o médico falava ali que realizaria o procedimento de ausculta, a vítima estava na posição vertical, ele se posicionava atrás dela e ficava friccionando o órgão genital. Elas relatam também que ouviam ali a respiração ofegante do médico, elas davam um passo a frente, ele seguida, isso durava aproximadamente um tempo de cinco a dez minutos. Todas relatam essa mesma história”, relata a delegada.

    As investigações, que se estendem por oito meses, revelaram um padrão de comportamento semelhante relatado pelas vítimas, indicando a prática de violação sexual mediante fraude.

    A polícia solicita a colaboração da população com informações que auxiliem em investigações. As informações podem ser repassadas de forma anônima pelos telefones 197 da PCPR ou 181 do Disque-Denúncia.

    O QUE DIZ O ACUSADO

    O ginecologista, identificado pelas iniciais H. C., negou as acusações. Ele afirma ser um profissional respeitado na cidade e que todas as consultas eram acompanhadas por enfermeiras ou assistentes, negando qualquer momento em que tenha ficado sozinho com as pacientes.

    CASO SEMELHANTE

    Este não é o primeiro caso de abuso sexual envolvendo um ginecologista em Maringá. Em julho do ano passado, outro profissional enfrentou acusações semelhantes e foi preso. Ele responde por abuso sexual de 42 pacientes e está atualmente em prisão domiciliar até o dia de seu julgamento.

    Foto: Divulgação / PCPR

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