“Precisamos de estratégias que possam converter em aumento de receita sem onerar o contribuinte”, diz Anníbal Bianchini

Candidato a prefeito de Maringá, Anníbal Bianchini afirma que o município precisa fomentar setores que geram maior receita de impostos

  • Anníbal Bianchini, 29, é candidato a prefeito de Maringá pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC). Empresário, é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), Bianchini disputou as eleições para vereador em 2016, mas não foi eleito. A candidata a vice-prefeita é Cristiane Tazinafo, do mesmo partido. 

    Se eleito, Anníbal Bianchini propõe para o primeiro ano de mandato a “recuperação” de três eixos: saúde, educação e desenvolvimento econômico. Ele também afirma que são necessárias “estratégias que possam rapidamente converter em aumento de receita para o município, sem onerar o contribuinte”, como capacitação do comércio local e facilitar a vinda de novas empresas. 

    Por que o senhor merece ser eleito prefeito de Maringá?

    Nasci, cresci e vivo em Maringá, uma das cidades mais incríveis do mundo. Meu avô veio de Santos pra ser pioneiro aqui, quando tudo era terra e mato, e com grandes homens e mulheres fizeram surgir a 3ª maior cidade do Paraná. Hoje aos 29 anos, casado, quero trabalhar dia, tarde e noite para continuar o trabalho desses pioneiros e fazer de Maringá um lugar sempre inovador, acolhedor e próspero. 

    Eu tenho 10 anos de experiência como empresário no setor moveleiro e no agronegócio, 8 anos de muitas atividades em clubes de serviços e instituições de nossa cidade, das quais fui Presidente do Rotary-ACIM, e também fundei o Instituto Bianchini. Me capacitei na maior escola de lideranças políticas do Brasil, o RenovaBr, e entre 31 mil lideranças de todo Brasil, recebi o prêmio Renovar o Brasil da Região Sul, pela revitalização na Biblioteca do Colégio JK. 

    Conclui a “Jornada para Futuros Prefeitos” da Rede Juntos com a Universidade de Columbia, para preparar um plano de governo técnico e com políticas públicas inovadoras, baseado em fatos e evidências. Sou um apaixonado por nossa cidade e por nosso país e acredito que junto da sociedade civil organizada, dos servidores, e do nosso Governo Federal, posso liderar a retomada do pós-coronavírus e fazer Maringá crescer. 

    Se eleito, qual a prioridade do seu mandato? 

    Nosso planejamento é para 4 anos de muito trabalho. No 1º ano, focar em 3 áreas críticas: Saúde, Educação, e Desenvolvimento Econômico. Já estudei o Plano Plurianual aprovado nessa gestão para saber as verbas que teremos já aprovadas para cada área, porém não sabemos ainda os impactos na arrecadação, nem também os gastos emergenciais que a atual administração está realizando nesse período de pandemia. 

    Por isso, precisamos de estratégias que possam rapidamente converter em aumento de receita para o município, sem onerar o contribuinte. Facilitar a vinda de novas empresas, capacitar nosso comércio para ser mais competitivo, crescer suas vendas on-line. Fomentar os segmentos que geram maior receita de ISS, IPTU, ITBI, como os prestadores de serviços e setores de tecnologia. Assim, vamos garantir empregos, controlar a fome e a criminalidade. 

    Esses recursos serão prioritariamente destinados à continuidade dos trabalhos na área da saúde, na proteção dos profissionais com EPIs, na sua saúde mental, no monitoramento das sequelas deixadas nos pacientes que se recuperaram do Covid19. E também na retomada das aulas de forma responsável, como já temos casos no Brasil e mundo afora. Protegendo os alunos, professores, equipe técnica e familiares, desde o transporte escolar até as salas de aula. Entregando kits de segurança individuais e adequados à estrutura física. Uma retomada mista, presencial e on-line, para respeitar o direito de escolha dos pais, até surgir uma vacina segura, com comprovada eficácia. 

    Após recuperados esses 3 eixos, temos propostas para todas as áreas, queremos novas áreas verdes, além da revitalização dos nossos pulmões verdes hoje esquecidos, e uma manutenção eficiente das árvores de nossas ruas e avenidas. Atualizaremos os Planos Municipais, como o de Habitação que é de 2010, já pensando também em soluções eficientes e sustentáveis para nosso transporte público.

    Daremos sequência aos bons programas. Investiremos em capacitação continuada aos servidores, para termos uma gestão inovadora, técnica, em todas as áreas. Quero também poder trazer soluções para o trato de nosso lixo, e a manutenção da nossa rede de esgoto, a preservação dos nossos mananciais, pois quem não pensar agora no uso responsável da água como prioridade, fará com que as próximas gerações paguem o preço.

    Falando em novas gerações, quero fortalecer práticas de gestão participativa, como o Codem que foi local de incubação de grandes projetos que fazem a diferença na nossa cidade. Vamos criar um programa de transição anual, convidando e preparando ano a ano, pessoas que tenham interesse em um dia assumir o cargo de Prefeito de Maringá, independentemente de partido ou ideologia política. Vamos fomentar lideranças e prepará-las para seguirem a administração de forma técnica, compromissada com resultados. Assim, como somos contra a reeleição no executivo, não prejudicaremos a continuidade dos bons projetos.

    Como avalia a gestão de Ulisses Maia (PSD)? 

    Uma coisa que defendo na política é deixar o ego de lado e dar sequência aos bons projetos. Teve a conclusão de muitas obras, Terminal, Av. Morangueira e Av. Carlos Borges. As praças foram uma promessa de campanha, por isso tão importante analisar o plano de governo dos candidatos com atenção. Os pontos de melhoria é o que estamos propondo em nosso plano de governo.

    Concorda com a compra de vagas em creches particulares?

    Com a desigualdade que temos em nosso país, o acesso à educação gratuita é a forma mais eficaz de aproximarmos esses mundos, e darmos oportunidades às pessoas. Nossas crianças são nosso futuro. As privatizações, terceirizações de serviços públicos acabam sendo a saída quando não se tem uma gestão eficiente, transparente, e ética ou quando há a possibilidade de desonerar o contribuinte e oferecer serviços de qualidade para população. 

    No caso de Maringá, a prefeitura está no seu limite de gastos com pessoal, segundo a LRF (Lei de responsabilidade fiscal), e tivemos por 3 anos aproximadamente 3 mil alunos à espera de uma vaga. Comprar vagas é a solução mais rápida, mas quero poder seguir o modelo de Teresina (PI), onde várias ações conjuntas foram tomadas para melhorar a rede pública municipal. 

    Valorizar o professor e toda a equipe da educação garante melhores resultados, como menos reprovação. Cada aluno que vai repetir o ano, ocupa a vaga de um novo aluno que poderia estar ali, além do trauma social, e muitas vezes o abandono. É um ciclo complexo, mas com gestão e liderança conseguiremos muitos resultados tanto pros alunos, como para os profissionais envolvidos. 

    Concorda com os investimentos feitos em praças?

    As praças bem iluminadas e com atrativos, melhoram a segurança pública nas ruas. Os valores apresentados tem sido muito questionados pela população em geral. Esse tipo de melhoria urbana é aconselhável ser feita com o superávit da arrecadação. Sou contra fazer empréstimos para esse tipo de obra. Os recursos prioritariamente a serem gastos na minha visão são escolas e centros de educação infantil, unidades básicas de saúde e unidades de pronto atendimento, reformas de centros esportivos e habitações. 

    Qual a principal obra de mobilidade que propõe para Maringá no período de 2021 a 2024?

    Vejo uma falta de alinhamento nas políticas públicas voltadas para mobilidade urbana em Maringá. Isso precisa ser corrigido rápido. Iniciamos com um Plano Diretor que não condiz com a realidade do município, precisa de atualizações. O PlanMob está sendo feito baseado em atender as diretrizes desse plano.

    Foram feitos muitos investimentos em ciclovias e agora estão estudando a possibilidade de colocar VLT nesses mesmos trechos. O terminal intermodal e as rotas e conexões entre modais precisam de muitas revisões. O custo da passagem está muito elevado. E não temos ainda um decreto regulamentando o uso de espaço por empresas que apresentam soluções sustentáveis em transporte urbano como bicicletas e patinetes. Temos uma linha férrea que cruza a cidade, e esse já é um sonho antigo de utilizar essa estrutura para transporte urbano também.

    A principal obra seria avaliar nossa cidade e as novas tecnologias acessíveis para criar um plano harmônico, eficiente e sustentável para nossa cidade e por em prática suas ações.

    Pretende continuar a investir no Eixo Monumental?

    Sim, a revitalização do Eixo Monumental é muito importante para evitar a evasão do centro e fortalecimento do comércio. Temos que avaliar a capacidade financeira do município e as prioridades. Investir em novos parques, com espaços integrados para passeio com pets, espaço fixo para feiras de produtores e orgânicos, para petshops, calçadões e comércio de rua. A cidade está crescendo para todos os lados, precisamos ter um líder cuja visão acompanhe esse crescimento. 

    Acha possível ter um VLT na Avenida Brasil?

    Segundo análise da empresa francesa, é bem possível, principalmente pelo relevo, barateando a infraestrutura. Dentro do que falei sobre mobilidade urbana, gostaria de ouvir os comerciantes da Avenida Brasil e urbanistas de Maringá. Como maringaense, vejo que essa avenida perdeu sua identidade. Ela já foi nossa principal avenida do comércio de rua. Trazer um uma solução de transporte rápido seria o fim do comércio ou fomentaria o comércio na Avenida Brasil? Teria espaço para preservar a ciclovia ou perderia a obra feita?

    Vi também o mesmo projeto na Avenida Colombo, que já tem desde de sempre sua característica de tráfego rápido. Acho muito importante trazer uma diversificação e modernização para nosso transporte público, mas temos que ter um estudo técnico e revisão do Plano Diretor e de mobilidade para não ser mais uma obra desconexa em nossa cidade.

    Qual mensagem deixaria aos eleitores neste início de campanha eleitoral?

    Só será possível mudarmos algo no mundo, em nossa cidade e em nós mesmos se tentarmos. Tenho 29 anos, sou casado, um dia serei pai, e quero que cada criança que nasça nessa cidade tenha as oportunidades que eu tive. De viver numa cidade próspera, referência em educação e saúde. A melhor cidade para se fazer negócios e se trabalhar. Com avenidas floridas e arborizadas e com grandes parques verdes.

    Sabemos que hoje essa não é uma realidade para todos moradores de Maringá e se você compartilha dessa visão e quer o mesmo pra você e seus filhos e futuras gerações, una-se a nós.

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