Evandro Oliveira, 56, é candidato a prefeito de Maringá pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Oliveira é titular do 3° Cartório de Registro de Imóveis de Maringá e mantenedor do Centro Universitário Metropolitano de Maringá (Unifamma). Vanessa Paludetto Lollato, do mesmo partido, é candidata à vice-prefeita.
Segundo Evandro Oliveira, as dificuldades na área de gestão do município levaram ele a se candidatar como prefeito. “Passamos da hora em ver uma Maringá literalmente destravada, sem as velhas armas burocráticas que nos estagnam em todas as direções.”
Para ele, o trabalho em equipe e a tomada de decisões com equilíbrio têm faltado na atual gestão. Se eleito, Oliveira disse que a prioridade no mandato será a educação.
Por que o senhor merece ser prefeito de Maringá?
Não encaro como merecimento, mas algo necessário para mim, que sou empresário e encontra as mesmas dificuldades de tantos outros e, não apenas empresários como eu, mas de diversos segmentos e setores da sociedade. Passamos da hora em ver uma Maringá literalmente destravada, sem as velhas armas burocráticas que nos estagnam em todas as direções.
Se eleito, qual a prioridade do seu mandato?
Sem nenhuma dúvida a educação é prioridade máxima em meu Plano de Governo, sendo inclusive o primeiro item dele. Não consigo vislumbrar outro caminho, até porque eu não estaria aqui se não tivesse inserido, em minha vida, a educação. Ela é base, é suporte, é âncora e bússola para todas as outras direções onde olhamos.
Partindo deste princípio, todas as outras áreas serão trabalhadas com muita dedicação e afinco, pois se tornou regra em minha vida pessoal e profissional agir assim. Hoje, atuo diretamente neste segmento e irei levar para a administração pública tudo que tenho vivido e aprendido até aqui e continuarei aprendendo, afinal, a educação nunca estará estagnada ou limitada, pois segue em todas as direções, seja no ensino básico, fundamental ou superior, passando pela ciência e tecnologia. A educação sempre será a base de tudo.
Como avalia a gestão Ulisses Maia (PSD)?
A gestão se faz de pessoas para pessoas e tem faltado, nesta atual gestão, o trabalho em equipe, ouvir e tomar decisões com o equilíbrio necessário. Neste período de pandemia, a gestão poderia ter encontrado outras soluções, destravando a máquina pública, mas não o fez, o que gerou revolta ao empresariado como um todo e se agravou ainda mais agora.
No geral, vejo alguns acertos, mas grandes dificuldades deste governo municipal em ter liderança com credibilidade junto a sua equipe como um todo, ou seja, não falam a mesma língua e, ainda que o chefe do executivo tenha responsabilidade sobre as decisões, é necessário ouvir mais, muito mais.
Concorda com a compra de vagas em creches particulares?
Temos um descompasso entre gestão pública e decisões acertadas, que criam uma lacuna sem precedentes, evidenciada ainda mais nesta situação. Se o governo municipal fizesse a lição de casa, talvez isto não fosse necessário ou, ainda que fosse, seria de forma diferente da que foi tomada, com muito atraso, por falta de decisão.
Agora, em virtude das consequências da pandemia, teremos ampliada a falta de vagas, com matrículas acentuadas vindas da rede privada, a qual sofreu bruscamente o déficit em razão da redução de renda das famílias.
Já era tempo de o executivo cumprir as metas da educação, com valorização de seus educadores, propiciando condições profissionais adequadas e também estendidas aos alunos. Estamos longe de cumprir com excelência esta função tão importante, pois, em regra, negocia-se a autarquia por apoio político, esvaziando o conhecimento e inchando ainda mais a máquina pública.
Concorda com os investimentos feitos em praças?
Concordo se for projeto moderno, durável e que insira mobilidade urbana, diversão e cultura em todas elas. Temos belos canteiros centrais a serem trabalhados, assim como as praças, mas me parece que todos os projetos seguem um modelo comum, ainda que melhore o lugar, poderíamos melhorar mais, muito mais. Algumas praças podem propiciar mobilidade e recreação, isso se fossem “cortadas” ao meio por avenidas, reduzindo, com isso, o fluxo de veículos, que paralisa o trânsito da cidade.
Em outras praças, substituímos o verde pelo cimento. “Meu campinho”, por exemplo, é um projeto que terá um custo altíssimo de manutenção e que deixa a desejar, em suas condições visuais e funcionais. Embora aparente um “bom projeto”, poderia ser mais sustentável e arquitetonicamente muito mais bonito e melhor.
Qual a principal obra de mobilidade que propõe para Maringá no período de 2021 a 2024?
Todas as nações fazem o caminho inverso do que foi neste caso, pois, precisamos tirar os veículos do centro. O terminal faz exatamente o contrário, traz o movimento de veículos pesados ao centro, o que vai causar gargalo insustentável no Trânsito de Maringá, que já é caótico.
Temos dificuldades nas faixas de pedestres muito próximas das esquinas, com riscos de acidentes graves. Não temos semáforos inteligentes que poderiam destravar, em momentos de picos, o trânsito central. Não temos planos para corredores de ciclomotores (motos), haja visto que a frota está ampliando ainda mais, devido ao movimento que a pandemia causou no crescimento destes veículos sobre duas rodas. Teremos muitas motos e ciclistas em Maringá e não temos nada de projetos neste sentido.
Temos pontos de gargalos terríveis no trânsito, ainda mais em horários de picos e cito apenas um como exemplo: a famosa Praça do Peladão. Temos dificuldades de retornos, devido ao sistema binário implantado, dando como exemplo o trecho da avenida Brasil, onde retornos são distantes e muitos deles encontram a rota dos ônibus para complicar ainda mais.
São inúmeras situações a serem estudadas, envolvendo a mobilidade urbana, temos que analisar corredores para motos ou algo neste sentido, novas ciclovias, temos falta de vagas, sem estacionamentos (déficit imenso), sinalizações específicas para pessoas especiais, rampas e calçadas adequadas. Para além, precisamos de campanhas de trânsito, protegendo os pedestres. Nesse sentido, poderia ser planejada a implantação de semáforos para travessia, evitando a lentidão do trânsito acarretada pela passagem limitada de pedestres.
Temos também as árvores de Maringá que, em período de chuvas, causam estragos enormes em todas as direções, inclusive impedindo o bom fluxo do trânsito nestes dias.
Algo importante também, que temos que colocar em foco, são as redes de esgotos, quanto à instalação de telas de proteção, as quais, em dias de chuvas, funcionam bem para a retenção de resíduos que entopem os bueiros, inundam ruas e avenidas, isto também influencia negativamente a mobilidade urbana.
Pretende continuar a investir no Eixo Monumental?
Entendo que será mais do que necessário analisar com calma este projeto. Não digo que é ruim, mas o período pós-pandemia mudará muitas coisas, muitos cenários serão transformados e prioridades serão revistas a cada dia. Este projeto será um que precisará ser analisado novamente com certo critério e cuidado. Mantê-lo ou não será decidido em conjunto com corpo técnico de equipe ampla, que não será apenas de investimentos, pois temos um novo cenário se desenhando na economia mundial e todos sofreremos se agirmos com imprudência.
Acha possível um VLT na Avenida Brasil?
A ideia até parece ser tentadora, mas vejo com certa preocupação. Justificativas para isto não nos faltam, indo desde custo final deste projeto, passando pela praticidade e beleza arquitetônica que precisaria ser adotada. A princípio, também, vejo que os custos não justificariam este investimento, enfim, seria preciso e necessário um estudo muito detalhado para isto acontecer ou não.
Até lá, podemos ter micro-ônibus fazendo a linha central em parceria com as empresas locais, o comércio e setor de serviços e seria mais ou menos assim: Micro-ônibus circulariam em horários determinados em conjunto com o comércio local, trazendo pessoas do terminal ao centro na rota da Avenida Brasil principalmente (sem custos), visando trazer as pessoas ao comércio em dias e horários determinados, retirando tráfego de veículos do centro.
Poderia ser algo estilo jardineiras dando ar romântico, humano e leve ao mesmo tempo ao projeto, mantendo o conforto necessário aos passageiros e todos os seus usuários. Também uma linha para a saúde, onde os ônibus passem pelas áreas e hospitais.
Qual mensagem deixaria aos eleitores neste início de campanha eleitoral?
Eu tenho uma vida empresarial definida. Trabalhei muito para isto acontecer, nada foi fácil, mas é possível fazer as coisas acontecerem. Tem muita gente boa e capacitada para comandar o executivo de Maringá e não haveria necessidade de colocar meu nome à disposição nestas eleições, mas, como empresário, vejo as imensas dificuldades encontradas na área de gestão do município, o que leva a darmos um passo para trás todas as vezes que precisamos da máquina pública para empreendermos algo.
Por ver Maringá travada em inúmeras direções e por ter experiência como empresário e gestor, não sou político de carreira, senti a necessidade de colocar o nosso nome à disposição da população maringaense.
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