Tempo estimado de leitura: 4 minutos
O Executivo tenta intervir em um possível atrito existente entre a atual presidente da Câmara, Majô (PP) e o ex-mandatário da Casa, Mário Hossokawa (PP). Um grupo de Whatsapp entre os vereadores foi criado nessa terça-feira (22), com o objetivo de tentar ‘apaziguar’ o clima. Conforme apurado pela reportagem, a iniciativa partiu do líder do prefeito no legislativo, vereador Luiz Neto (Agir).
Uma mensagem enviada pelo vereador no grupo de mensagens, que o Maringá Post teve acesso, descreve o canal como um espaço “apartidário” e “em favor da nossa cidade”. O objetivo do canal, conforme apuração, é ser uma “ponte” entre a Prefeitura e os vereadores.
“Conversando com o Governo, tomei a iniciativa de criar este grupo apartidário em favor da nossa cidade. A proposta aqui é clara: independentemente de posições políticas, partidos ou apoios a A, B ou C, o que deve nos unir é o compromisso com o bem de Maringá. […] Nesse momento sensível que estamos vivendo, o foco precisa ser a população, que é, afinal, quem sente diretamente os impactos das nossas decisões”, escreveu Luiz Neto, em uma mensagem enviada aos vereadores.
Nos bastidores, Majô e Hossokawa estariam vivendo um possível clima de tensão, embora nenhum dos dois falem abertamente sobre o assunto. Um episódio que evidenciou o caso ocorreu na última semana, com a exoneração de um subprocurador da Câmara, que era indicado de Mário. Uma reunião entre os dois vereadores e o servidor, que teve a exoneração publicada na segunda-feira (21), precisou contar com a presença de um segurança da Casa de Leis, a pedido de servidores, por conta de uma possível exaltação do comissionado.
Em coletiva de imprensa nessa terça-feira (22), Majô falou sobre o episódio, confirmou a existência da reunião, mas negou que exista ‘rusgas’ com qualquer vereador.
“O que aconteceu sobre essa questão da segurança foi que eu comuniquei um comissionado que ele não mais estaria fazendo parte do quadro funcional da Casa. Ele, é entendível, se exaltou, ficou bastante nervoso em relação a isso, exaltou bastante o tom de voz e, para resguardar, a minha equipe abriu a porta do gabinete para deixar o gabinete aberto, para que elas pudessem ver o que estava acontecendo ali dentro devido ao tom de voz e a forma como estavam falando comigo. Chamaram um segurança que faz parte da vigia da casa para acompanhar essa conversa. Não houve nada além disso. Depois que nós o chamamos, chegou um vereador na sala. Essa foi a cronologia dos fatos que aconteceram. […] De maneira alguma (há desentendimentos). Nós entendemos que a Câmara tem funcionado de maneira muito adequada, os servidores daqui da Câmara, sejam eles de carreira ou que estão em cargos de função gratificada, ou servidores comissionados, têm realizado um bom trabalho e é por isso que eles estão sendo mantidos em suas funções. Não há nenhuma rusga em relação a isso”, afirmou.
Questionada sobre o motivo da saída do servidor, a presidente da Câmara afirmou que o processo interno pode ser solicitado via Lei de Acesso à Informação (LAI).
“O que nós podemos afirmar é que é prerrogativa da presidente fazer essa exoneração e eu sei que a imprensa tem cobrado algumas informações sobre isso, vocês podem solicitar via Lei de Acesso à Informação (LAI) o processo que resultou em determinada exoneração”, resumiu.
Até o momento, nenhum vereador deixou o grupo criado pela liderança do Governo no Whatsapp, embora também não tenham se manifestado sobre o tema, conforme levantado pelo Maringá Post.
Comentários estão fechados.