Vereadores justificam votos contrários ao aumento de cargos comissionados na Câmara de Maringá: “Não é o que a população espera”

Os sete parlamentares que rejeitaram o aumento de 25 cargos em comissão, que impactarão os cofres do legislativo em quase R$ 3 milhões anuais, falaram sobre seus posicionamentos. Projeto foi aprovado em duas discussões nesta terça-feira (8).

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    Os sete vereadores que foram contrários ao aumento de 25 cargos comissionados na Câmara de Maringá justificaram seus votos. O projeto, que poderá impactar as finanças do legislativo em quase R$ 3 milhões anuais, foi aprovado em regime de urgência e já passou pelas duas discussões nesta terça-feira (8), sendo uma em sessão extraordinária, ficando apto para ser sancionado pelo Executivo.

    O texto prevê 23 novos cargos de assessor parlamentar, sendo um para cada vereador, que agora poderão ter cinco e não apenas quatro assessores cada. Outros dois cargos, com salários de R$ 9,7 mil e R$ 14 mil mensais, serão criados para a Presidência da Casa. Veja aqui a lista dos vereadores que foram contrários ao projeto.

    O Novo foi o primeiro partido a se manifestar contra o projeto e já reiterou que não nomeará os novos assessores, mesmo com a aprovação. Em contato com a reportagem, Daniel Malvezzi (Novo) explicou que rejeitou o texto por considerar que esta não é a postura que o maringaense espera da Câmara.

    “Acho que ela (a proposta) não vai de encontro com que a população de Maringá espera da Câmara, é só ver nos comentários das redes sociais como a população fica indignada quando tem esse tipo de votação. Então esse é o principal motivo da votação contrária. O segundo motivo é que isso acarreta no aumento do custo fixo da Câmara e na redução consequentemente do dinheiro que a câmara vai devolver para o poder Executivo aplicar nas políticas públicas. E terceiro é que eu realmente não acho que seja necessário esse aumento nesse momento, nós conseguimos atender a população da forma com que está”, disse.

    Cris Lauer (Novo) também conversou com a reportagem, afirmando que seu posicionamento vai de encontro com o que ela acredita enquanto gestora pública.

    “Eu sigo o mesmo padrão desde que eu entrei, então eu sou contra a criação de cargos comissionados tanto pelo Executivo quanto pelo Legislativo”, resumiu.

    Ângelo Salgueiro (Podemos) também conversou rapidamente com o Maringá Post. O vereador lamentou ter sido voto vencido, mas afirmou estar com a consciência tranquila sobre seu posicionamento. “Infelizmente foi um voto vencido, mas feito com a consciência tranquila de que representa a vontade da grande maioria dos maringaenses”, disse.

    Giselli Bianchini (PP) usou a tribuna para manifestar seu posicionamento. De acordo com ela, seu voto vai de encontro com o poscionamento do eleitorado que representa. “Nós precisamos votar conforme as nossas convicções e a minha convicção não é essa”, afirmou.

    Mário Verri (PT), que também usou a tribuna, relembrou o trabalho realizado nos últimos anos para opinar que quatro assessores são o suficiente. “Eu estou aqui há 21 anos e nós tivemos, quando chegamos aqui, oito assessores, e não tinham nem onde sentar os vereadores, veio o MP e falou sobre a proporcionalidade, então chegamos nesse número de quatro onde, nesses últimos anos, conseguimos conviver muito bem com isso. No meu parecer, não precisamos deste quinto assessor”, explicou.

    Ex-presidente da Câmara de Maringá, Mário Hossokawa (PP) também falou da tribuna e se disse preocupado com o ‘desequilíbrio’ entre a quantidade de comissionados e efetivos. “Deixamos de forma equilibrada, redondinha. Então deixamos de forma que cada vereador pudesse trabalhar de forma confortável e tem funcionado assim desde então. Agora, de repente, eu fico preocupado com essa situação, pois já aumentamos o número de vereadores e, com isso, aumentamos o número de assessores. Hoje, há um desequilíbrio justificável (entre o número de comissionados e de efetivos)”, afirmou.

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