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Seis dos sete vereadores que votaram contra a criação dos 25 novos cargos comissionados na Câmara de Maringá afirmaram que não irão nomear os novos assessores que têm direito. A reportagem do Maringá Post procurou os vereadores na tarde desta terça-feira (8).
O projeto entrou em regime de urgência na pauta da Câmara. Após a tramitação em urgência ser aprovada, o texto também foi aprovado em dois turnos, sendo a primeira discussão na sessão ordinária e a segunda na sessão extraordinária, que foi aberta logo na sequência. O placar de ambas as votações foi o mesmo: 16 votos favoráveis e sete contrários.
Votaram contra a criação dos novos cargos os vereadores Daniel Malvezzi (Novo), Cris Lauer (Novo), Mário Hossokawa (PP), Giselli Bianchini (PP), Ângelo Salgueiro (Podemos), Mário Verri (PT) e Professora Ana Lúcia (PDT).
Procurados pela reportagem, Malvezzi, Lauer, Hossokawa, Salgueiro, Verri e Ana Lúcia confirmaram que não irão nomear novos assessores em seus gabinetes. O Maringá Post também procurou a vereadora Giselli Bianchini e aguarda um posicionamento.
Cris Lauer conversou com a reportagem logo ao fim da sessão. De acordo com a parlamentar, seu voto segue a linha de sua atuação enquanto vereadora. “Eu sigo o mesmo padrão desde que eu entrei, então eu sou contra a criação de cargos comissionados tanto pelo executivo quanto pelo legislativo. Não mudei voto, sigo com o mesmo pensamento”, disse.
O Maringá Post também tenta contato com os demais vereadores para explicarem seus votos.
Entenda o projeto
O projeto que aumenta os cargos é de autoria da Mesa Executiva da Câmara, apesar de não ter conseguido colher assinaturas de todos os sete membros. Mário Hossokawa (PP) e Mário Verri (PT), que votaram contra o aumento, e Ítalo Maroneze (PDT), se recusaram a assinar o texto.
Serão 23 novos cargos de assessor parlamentar, com vencimentos mensais de R$ 9.748,85 cada, sendo um para cada vereador, além de outros dois cargos subordinados à Presidência: um assessor de gabinete, com salário base de R$ 9.748,85, e um diretor executivo, com vencimentos mensais de R$ 14 mil. O impacto mensal dos novos cargo será de aproximadamente R$ 250 mil mensais ou R$ 2,9 milhões ao ano.
Em coletiva de imprensa antes da sessão, a presidente da Câmara de Maringá, Majô (PP), falou em setores do legislativo que estariam “sobrecarregados” para justificar o aumento de cargos.
“Nós aumentamos de 15 para 23 vereadores. É o primeiro ano com esse aumento, então reajustes precisam ser feitos. Nós temos um setor que trabalha, que é a diretoria legislativa da casa, que está sobrecarregada com as proposições e nós esperamos, com isso, dar mais atividade para os gabinetes dos vereadores, com isso, desafogando um pouco um setor da Câmara que está sobrecarregado nesse momento. Nós entendemos que política se faz nos gabinetes e não na estrutura organizacional da casa legislativa. Nós estamos, então, dando um subsídio para o vereador poder exercer o seu trabalho com mais eficiência, vamos dar mais transparência para a comunidade em relação a organogramas e outras questões e depois nós vamos fazer a reforma administrativa da casa como um todo”, disse.
Ainda conforme Majô, a tramitação em regime de urgência é uma forma da Câmara identificar, de imediato, quais funções precisam ser preenchidas com servidores efetivos, tendo em vista que o legislativo trabalha a elaboração de um novo concurso público.
“A urgência é uma forma da gente conseguir já identificar o problema, corrigi-lo e agora a nossa ideia é focar no organograma da casa. Nós abriremos esse ano o concurso público e nós precisamos saber se essa medida que nós faremos de nomear, de ter um assessor parlamentar a mais, se será suficiente nessa fase de ajudar um setor da Câmara que está hoje sobrecarregado. Nós estamos com muitos servidores que se aposentaram nos últimos anos e nós precisamos abrir o concurso. Mas para poder abrir o concurso, a gente precisa saber exatamente quantos servidores a gente precisa contratar”, afirmou.
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