Pelo segundo mês consecutivo, vigia da Câmara de Maringá recebe quase R$ 20 mil em horas extras

Em abril, servidor havia recebido vencimentos brutos de R$ 34.907,82, sendo quase R$ 18 mil em horas extras. Em maio, de acordo com o Portal da Transparência, pagamento de horas adicionais ultrapassou os R$ 19,4 mil.

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    Pelo segundo mês consecutivo, um vigia da Câmara de Maringá recebeu quase R$ 20 mil apenas em pagamentos de horas extras. A informação foi inicialmente divulgada pelo portal Maringá News e confirmada pelo Maringá Post, através de uma consulta ao Portal da Transparência do legislativo.

    Segundo informações disponibilizadas pela Câmara na plataforma, o respectivo profissional, concursado desde maio de 1995 e com um salário base de R$ 9.401,35, recebeu neste mês de maio R$ 19,4 mil apenas em horas extras, levando os rendimentos brutos a R$ 35.235,48 no mês.

    O mesmo servidor, em abril, havia recebido R$ 34.907,82 brutos, sendo quase R$ 18 mil em horas adicionais. Em abril e maio, os vencimentos líquidos – já saldados todos os descontos – do servidor foram de R$ 15.598,21 e R$ 15.973,29, respectivamente, quase o dobro do salário base.

    Em contato com a reportagem do Maringá Post no dia 23 de maio, questionado sobre a jornada de abril, a Câmara Municipal informou que o respectivo servidor havia feito 145 horas extras naquele mês. A reportagem voltou a questionar o legislativo sobre os pagamentos do mês de maio e aguarda um retorno.

    Ainda em maio, um outro servidor do mesmo setor que, em abril, havia recebido quase R$ 32 mil em horas extras, recebeu quase R$ 5 mil por horários adicionais a jornada de trabalho normal.

    O caso das horas extras

    Os vencimentos pagos a vigias do legislativo chamaram a atenção no último mês. Somente em abril, dois servidores receberam quase R$ 50 mil apenas no pagamento de horas adicionais. De acordo com o legislativo, os dois funcionários teriam feito mais de 440 horas de trabalho além da jornada habitual, que formalmente é de 6 horas diárias.

    Para atingir a quantidade de horas presentes nos registros, os servidores teriam que trabalhar, em média, de 8 a 12 horas diárias além da carga horária fixa durante todo o mês. Oficialmente, a Câmara atribuiu o excesso na carga de trabalho ao funcionamento do prédio anexo da Câmara, que ainda não conta com uma equipe própria de segurança.

    Em comunicado oficial emitido no dia 22 de maio, o legislativo também informou que adotou medidas para corrigir os valores e interromper a prática assim que soube dos valores elevados. Pessoas de dentro da Câmara consultadas pela reportagem alegam, no entanto, que os pagamentos estão dentro da legalidade e não há nenhum fato considerado irregular que possa ser atribuído aos números elevados.

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