Lei quer impedir Prefeitura de Maringá de chamar de “gratuitos” eventos bancados com dinheiro público

Iniciativa, de autoria do vereador Flávio Mantovani (PSD), visa impedir município de usar os termos “grátis”, “gratuito” ou similares na divulgação de shows ou eventos que sejam custeados com o dinheiro dos munícipes. Projeto ainda aguarda aval das Comissões Permamentes do legislativo.

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    Uma lei em tramitação na Câmara de Maringá quer impedir a Prefeitura de chamar de “gratuitos” eventos bancados com dinheiro público. O texto, de autoria do vereador Flávio Mantovani (PSD), foi protocolado na terça-feira (20) e ainda aguarda um parecer das Comissões Permanentes do legislativo.

    Na prática, a lei visa impedir que eventos públicos, como shows promovidos pela Prefeitura, sejam divulgados como se fossem gratuitos. O primeiro artigo do projeto, inclusive, determina a proibição dos termos “grátis”, “gratuito” ou similares nos materiais de divulgação.

    O projeto também institui que, nos materiais de divulgação, o poder público coloque, de maneira legível, a seguinte frase: “Este evento/serviço é financiado com recursos públicos provenientes dos impostos pagos pela população de Maringá”. Em entrevista ao Maringá Post, o autor do texto afirma que o objetivo é romper com uma cultura de que, no Brasil, há serviços gratuitos para a população.

    “Não é só na questão do evento, essa lei fala especificamente de eventos, mas a gente tem que tratar essa questão de uma maneira mais global, vou te dar um exemplo aqui: Tem muita gente que tem dinheiro e utiliza o SUS, por exemplo, porque tem na sua cabeça que o SUS é de graça. Tem muita gente, por exemplo, que marca a consulta no SUS, a gente tem dados que me parece que quase 25% das consultas que são marcadas são canceladas, porque as pessoas marcam e não vão. Por quê? Porque elas têm na cabeça que isso é de graça. Então a gente tem que começar a mudar essa maneira de pensar das pessoas, não só na questão do evento, que é essa lei em específico, que é um primeiro passo que eu acredito que é importante, mas em todas as outras ações que o Poder Público faz com a população e que as pessoas entendam que aquilo não é de graça. Então são eventos pagos pelo Poder Público com recurso público, ou seja, a população está pagando”, disse Flávio Mantovani.

    Ainda conforme o vereador, a lei também pede a maior divulgação dos valores envolvidos nesses eventos, tema que ele ainda quer discutir com os demais vereadores.

    “Essa parte da lei tem que ser melhor discutida para a gente ver o melhor formato a se adotar. Quando a gente protocola um projeto de lei, a gente coloca a nossa ideia inicial e depois aquilo vai aprimorando. A gente não sabe se o interessante é já na divulgação do evento, de repente na Prefeitura, ou quando se divulga em uma rede social, ou no site da Prefeitura, colocar esse valor, ou como isso vai ser feito”, resumiu.

    O projeto de lei ainda não tem data para ser votado em plenário.

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