Indiciamento de Bolsonaro vira tema de discurso de vereadoras em sessão da Câmara de Maringá

Na sessão da Câmara desta quinta-feira (27), Professora Ana Lúcia (PDT) usou a tribuna para celebrar o indiciamento de Bolsonaro no STF e pedir ‘punição exemplar’ aos apoiadores do ex-presidente, enquanto Giselli Bianchini (PP) discursou pedindo a anistia dos envolvidos no 8 de janeiro de 2023. No plenário, pessoas que acompanhavam a sessão entoaram gritos de ‘cadeia nele’ durante fala da parlamentar bolsonarista.

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    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) virou réu por tentativa de golpe de estado, em julgamento finalizado nessa quarta-feira (26), pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Além dele, o Colegiado também aceitou a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra sete aliados do ex-presidente. E o julgamento ocorrido em Brasília ‘respingou’ na sessão da Câmara de Maringá nesta quinta-feira (27).

    Duas vereadoras resolveram usar a tribuna do legislativo para discursar sobre o caso, uma de forma favorável e outra contrária a decisão dos ministros. Pessoas que acompanhavam a sessão do plenário chegaram a entoar gritos de ‘cadeia nele’, referindo-se a Bolsonaro. Tudo foi transmitido ao vivo pela TV Câmara (clique aqui para assistir).

    A primeira a usar a tribuna foi Professora Ana Lúcia (PDT). Em seu discurso, a parlamentar defendeu a decisão do Supremo e pediu ‘punição exemplar’ a apoiadores da tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023, referindo-se a pessoas que “bancaram caravanas de ônibus até Brasília”.

    “Enfim, Bolsonaro é reu por tramar um golpe de Estado. E para falar sobre isso, faço minhas as palavras da ministra Carmen Lúcia durante seu voto. […] Disse a ministra: ‘Ditadura vive da morte, não apenas da nossa sociedade, da democracia, mas de seres humanos que são mortos, torturados, toda vez que contrariarem o interesse daquele que detém o poder para seu próprio interesse’. Defendo com todas as letras esta frase: Sem anistia. É preciso punição exemplar contra todos aqueles que atentaram contra a nossa democracia, não só dos apoiadores, mas também de financiadores e, inclusive, daqueles que bancaram caravanas de ônibus até Brasília”, disse, em seu discurso.

    Giselli Bianchini (PP) também subiu ao púlpito para falar sobre o assunto. Se identificando nas redes sociais como apoiadora de Bolsonaro, ela exibiu uma agenda com um desenho do ex-presidente e defendeu a anistia aos acusados de 8 de janeiro, além de classificar o ex-mandatário como o ‘melhor presidente’ que o Brasil já teve.

    “Quero deixar aqui a minha solidariedade ao presidente Bolsonaro, que foi o melhor presidente que o Brasil já teve, entregou o país no azul, com superávit de R$ 54 bilhões. Durante a pandemia e a guerra na Ucrânia, o PIB do Brasil cresceu mais do que a China e a inflação foi menor que nos Estados Unidos. Ele conseguiu algo inédito, colocando pessoas técnicas no governo e com um excelente trabalho. Hoje, estamos vendo o desastre desse desgoverno. Também estamos vendo a questão da anistia, os mesmos que estão pedindo ‘não’ para anistia são os que, lá em 1979, foram anistiados. Se não fosse a anistia de 1979, Dilma Rousseff e Lula não seriam presidentes, então precisamos ter a coerência e sensatez de saber o que está acontecendo em nosso país. […] Eram velhinhas com bíblias nas mãos. […] Cadê o golpe? Golpe com bíblia? Precisamos ver o que foi feito com o país em pouco tempo e o que está sendo feito agora. […] Anistia sim aos presos e inocentes do 8 de janeiro”, afirmou.

    Logo após a fala da vereadora, algumas pessoas que assistiam a sessão da plateia entoaram gritos de ‘cadeia nele’. Eles se silenciaram após um pedido da presidente da Câmara, Majô (PP), para que os trabalhos tivessem sequência.

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