Vereadoras trocam farpas durante aprovação do ‘Dia do Patriota’ em sessão da Câmara de Maringá

Projeto que, inicialmente, seria retirado de pauta por duas sessões foi aprovado nesta quinta-feira (6), com 15 votos favoráveis e 5 contrários. Professora Ana Lúcia (PDT) afirmou que texto homenageia pessoas que fizeram “apologia a tentativa de golpe”.

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    A Câmara de Maringá aprovou nesta quinta-feira (6), em segunda discussão, o projeto de lei que institui a criação do “Dia do Patriota Conservador na cidade. O texto, de autoria da vereadora Giselli Bianchini (Progressistas) recebeu 15 votos favoráveis e 5 contrários. Com a aprovação em duas sessões, o texto já está apto para ser sancionado pelo Executivo.

    Além dos vereadores Mário Verri (PT), Lemuel, Ítalo Maroneze e Professora Ana Lúcia (PDT), que já havia sido contra na primeira votação, Flávio Mantovani (PSD), que havia sido a favor do projeto no dia 27 de fevereiro, mudou o voto, justificando que seu eleitorado espera um posicionamento “mais técnico e menos ideológico”. Jeremias (PL) não votou por não ter participado da sessão, afastado por questões médicas. Luiz Neto (Agir) e Sidnei Telles (Podemos) se abstiveram da votação.

    A votação foi marcada por troca de farpas entre a Biachini e Ana Lúcia. A autora que, inicialmente, havia manifestado que retiraria o texto de pauta por duas sessões, mudou de ideia já no plenário. Ao Maringá Post, o gabinete da vereadora afirmou que a mudança ocorreu de última hora.

    No plenário, antes da votação, Professora Ana Lúcia pediu o voto contrário dos colegas ao projeto, afirmando que o Dia do Patriota serviria para homenagear pessoas que fizeram “apologia a tentativa de golpe”.

    “Patriota conservador não é todo patriota. Eu não me reconheço conservadora, portanto, é evidente que esta lei não cabe a maioria dos maringaenses, é uma lei direcionada a homenagear um grupo de pessoas, grupo da vereadora proponente e que fez apologia a tentativa de golpe, um grupo que atentou contra a democracia neste país. […] É um apelo, tenho certeza, de muitas vozes desta Maringá para que a gente não deixe prosperar a homenagem a um grupo que cometeu um crime, pois se colocou à frente dos quartéis, do nosso Tiro de Guerra, foi até Brasília, participou do 8 de janeiro e este grupo não pode ser homenageado”, disse Ana Lúcia.

    Giselli, por sua vez, voltou a defender o projeto, afirmando que Maringá será reconhecida como uma cidade que “valoriza a pátria”.

    “É de estranheza a vereadora falar sobre um grupo, visto que a mesma vereadora é autora de um projeto de lei que homenageia a Umbanda, ou seja, homenageia um grupo ao qual ela faz parte. Eu sou representante, sim, dos patriotas, da direita raiz, dos defensores dos princípios e valores cristãos. Conservadorismo é isso, conservar o que deu certo. Conservar também a nossa soberania nacional, as nossas instituições, então peço aos nobres colegas a votarem a favor do meu projeto de lei. Maringá será reconhecida como a cidade que valoriza a nossa pátria e a nossa nação, a família tradicional, valoriza o que deu certo”, afirmou Bianchini.

    O projeto institui a comemoração da data, anualmente, no dia 6 de setembro. De acordo com o texto, o objetivo da lei é “promover a reflexão sobre a importância da cidadania, o fortalecimento dos valores patrióticos e o respeito à história e à cultura nacional”. O PL também afirma que a Prefeitura poderá promover, em parceria com escolas e outras instituições, “atividades comemorativas, como desfiles, palestras, exposições e outras ações voltadas à valorização da pátria, da cidadania e dos princípios democráticos”.

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