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Na próxima terça-feira (25) completarão oito meses desde que a construção do novo Paço Municipal de Sarandi foi paralisada. Na ocasião, o município rescindiu o contrato com a empresa que realizava a obra após não concordar com um pedido de aditivo, no valor de R$ 5 milhões. A Prefeitura, na época, afirmou que abriria uma nova licitação para a conclusão do que faltava do projeto, algo que ainda não ocorreu.
Em entrevista ao Maringá Post, o prefeito de Sarandi, Carlos de Paula (PSB), falou sobre o andamento das obras. Segundo ele, no momento a Prefeitura tem ‘outras prioridades’, como Saúde e Educação. Ainda de acordo com o chefe do Executivo, o município precisará buscar recursos para a conclusão do projeto, que ainda não estão dotados. Ele estima algo em torno de R$ 6 milhões faltando para a obra.
“A verdade é que, no momento, nós estamos com outras prioridades, no caso a Saúde, onde a gente já está com o projeto pronto da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), o projeto arquitetônico, só concluindo os complementares para licitar uma possível ampliação da nossa UPA, que hoje tem 950 metros quadrados e ela vai para 2.100, alguma coisa assim. E essa questão das creches que a gente tem priorizado. Para a conclusão da Prefeitura, foi deixado nessa conta específica R$ 3 milhões e falta R$ 6 milhões pra conclusão da obra. Então, logo a gente caminha em todos esses projetos e vamos estudar essa conclusão”, disse.
A obra foi paralisada com 84% de conclusão, conforme o medidor de Obras Públicas do Portal da Transparência. Conforme apurado pela reportagem, no entanto, esta conclusão já seria superior a 90%. Em julho de 2024, o município informou ao Maringá Post que aguardava a emissão de um laudo técnico da Caixa Econômica Federal para a abertura da nova licitação.
Ainda de acordo com De Paula, além da construção, é preciso licitar também a compra do mobiliário que, conforme estimativas do município, deve custar mais R$ 10 milhões. No entanto, não há licitação aberta para isso. O prefeito também argumenta que não foi deixada dotação orçamentária para este custeio.
“O problema não é só a conclusão da obra. É precisa mais R$ 6 milhões pra concluir, mas precisa também de R$ 10 milhões pra equipar, pra montar aquela Prefeitura. Não se tem um recurso específico destinado e nem licitação de móveis pra aquela Prefeitura. Então, não é só a conclusão. O problema é que, infelizmente, a administração começou uma obra, fez um empréstimo e a Prefeitura já está pagando R$ 1,5 milhão por ano desse empréstimo. Essa conclusão era pra fugir dos aluguéis, agora nós estamos tendo que pagar os aluguéis e pagar mais esse empréstimo. Então, esse imbróglio a gente vai trabalhar pra desenvolver e resolver nos próximos meses. Porém, temos outras prioridades na frente”, afirmou.
O novo Paço Municipal de Sarandi foi licitado em junho de 2022, com o resultado anunciado em outubro do mesmo ano. A empresa vencedora do primeiro contrato tem sede em Curitiba. A Ordem de Serviço foi assinada no dia 27 de dezembro de 2022, com o prazo de conclusão definido, na época, em 24 meses, com o prazo de entrega para 15 de dezembro de 2024, conforme o Portal da Transparência. A obra foi orçada em R$ 23 milhões.
A estrutura foi projetada para abranger grande parte das secretarias municipais em um mesmo espaço, constituído de quatro pavimentos em um terreno de 6 mil m². A nova acomodação visa receber grande parte das secretarias municipais. Atualmente, são 14 pastas, que funcionam em prédios alugados pelo poder público.
A atual sede da Prefeitura, na rua José Emiliano de Gusmão, também é alugada. O contrato foi firmado em 1981, logo após o município ser emancipado. Atualmente, Sarandi gasta R$ 150 mil por mês com aluguéis, de acordo com números fornecidos pelo próprio poder público. A economia esperada com o prédio próprio, após ser concluído, é de R$ 1,8 milhão por ano, conforme estimativas projetadas pela Prefeitura em 2023.
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