Tempo estimado de leitura: 4 minutos
Estatisticamente falando, ser eleito vereador em Maringá em 2024 está mais fácil do que ser aprovado em vestibulares de diversos cursos da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Enquanto algumas graduações, como Agronomia, apresentavam concorrência de 17 candidatos por vaga no Vestibular de Verão de 2023, a disputa pelo legislativo neste ano tem um índice menor: 15 candidatos por cadeira.
Em 2024, são 359 candidatos, somando todos os registros, em busca de uma das 23 cadeiras da Casa de Leis para 2025. O número engloba todos os candidatos, incluindo os que desistiram ou tiveram suas candidaturas indeferidas, o que pode tornar a concorrência, estatisticamente, ainda mais simples.
O número é semelhante – mas um pouco menor – do que o registrado em outras grandes cidades. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, a concorrência é de 18 candidatos por vaga, com 1.016 candidatos para 55 cadeiras. Em Curitiba, a concorrência é de 19 candidatos por vaga (752 candidatos para 38 vagas).
No entanto, se comparado com outras eleições na própria Cidade Canção, a disparidade é maior. Em 2020, com 414 candidatos para 15 vagas, Maringá teve 27 concorrentes por cadeira. Em 2012, o número foi de 23 concorrentes por vaga.
Em entrevista ao Maringá Post, o especialista em Política e Eleições, Adriano Prado Marquioto, explicou que a Cidade Canção não tem uma ‘regularidade’ quando o assunto é a média de concorrentes por cadeiras para a Câmara.
“Em uma análise rápida, a concorrência de 15 por vaga parece estar dentro da média de outras cidades, como por exemplo Sarandi, que é de 17 candidatos por vaga. Historicamente aqui em Maringá há oscilação nesse quesito, a concorrência atual é semelhante a verificada nos pleitos de 2016 e 2008, enquanto nas eleições de 2012 e 2020 a concorrência foi maior. Por fim, se o fator a ser observado for apenas o candidato/vaga, podemos dizer que 2024 está mais fácil ser eleito”, disse.
Ainda conforme o especialista, diversos fatores influenciam na quantidade de candidatos, como a formação de coligações e a entrada de novos partidos na disputa. Tudo isso é levado em consideração pelas equipes dos postulantes ao legislativo, tendo em vista que o sistema de disputa para vereador é diferente do que para prefeito.
“A eleição para vereador é diferente da eleição para prefeito. Para prefeito o sistema é o majoritário, ou seja, quem tem mais votos é eleito. Já a disputa para o cargo de vereador ocorre dentro do sistema proporcional, onde o partidos mais bem votados tem direito as cadeiras e essas são distribuídas para os mais votados do partido”, afirma Marquioto.
O ‘número mágico’
Existe uma quantidade de votos em específico que um candidato precisa mirar para ser eleito para a Câmara de Maringá? Segundo Marquioto, é preciso levar em consideração o quociente eleitoral, que determina quantos votos cada coligação precisa alcançar para ter uma cadeira.
O cálculo é simples: a divisão dos votos válidos pelo número de cadeiras determina a quantidade mínima de votos que cada coligação precisa para ter direito a uma vaga. Após isso, é feito o ranking das coligações mais votadas para a distribuição. O cálculo é refeito a cada cadeira distribuída.
Conforme o especialista em Eleições, o quociente eleitoral em Maringá em 2024 será próximo de 9 mil votos. “Para dizer que um candidato é eleito sozinho, apenas com seus votos, ele precisa superar o quociente eleitoral que estimamos para Maringá em torno de nove mil votos. Acho pouco provável algum dos candidatos atingir essa quantidade de votos”, disse.
“A expectativa é que quem superar a casa dos dois mil votos tenha boas chances de ser eleito, entretanto se o partido tiver muitos candidatos fortes, mesmo que o postulante supere essa marca pode ficar fora”, complementa.
Comentários estão fechados.