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Com a ausência de debates promovidos por meios de comunicação tradicionais em algumas cidades, os eleitores acabam ficando sem opções para ouvir as ideias dos candidatos às prefeituras. Diante disso, algumas iniciativas ‘alternativas’ visam promover debates entre postulantes ao Executivo.
Em Maringá, que não terá debates promovidos pela Rede Paranaense de Comunicação (RPC) e TV Maringá/Bandeirantes pela primeira vez no século, a Arquidiocese de Maringá resolveu assumir o compromisso de apresentar à população os candidatos a prefeito.
A entidade religiosa realizará um debate com os candidatos no dia 30 de setembro, às 20h, no Teatro Marista. Uma reunião com representantes dos partidos, para apresentar o formato, foi realizada nessa terça (27). A confirmação da presença dos candidatos deverá ocorrer até sexta-feira (30).
O debate da Arquidiocese de Maringá será dividido em seis blocos. No primeiro e no terceiro bloco, a temática será livre, com candidato perguntando para candidato. No segundo e no quarto bloco, as perguntas serão elaboradas pela Igreja Católica e abordarão os seguintes temas: meio ambiente, saúde, educação, esporte, população de rua, capacitação profissional/emprego e renda, saneamento básico, zeladoria urbana, habitação/planejamento urbano e mudanças climáticas. No sexto bloco, ocorrerão as considerações finais.
O evento em Maringá será transmitido pelas redes sociais da Arquidiocese e também por emissoras ligadas ao grupo, no caso, rádio Colmeia FM Maringá (98,7) e TV Evangelizar Maringá.
Em Ponta Grossa, debate será promovido por estudantes e professores
Outra iniciativa semelhante é observada nos Campos Gerais do Paraná. Em Ponta Grossa, um debate com os cinco candidatos à Prefeitura será realizado já nesta quarta-feira (28), às 19h, na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
A ação é coordenada pelo projeto de extensão Combate à Desinformação nos Campos Gerais, vinculado à graduação e a pós-graduação em Jornalismo da UEPG. Organizado por professores e alunos integrantes da extensão, o debate faz parte da campanha ‘PG Contra Desinformação nas Eleições 2024’, também promovida pelo grupo.
Por lá, todos os candidatos confirmaram presença, sendo eles: Aliel Machado (PV), Dr. Magno (Novo), Elizabeth Schmidt (União), Marcelo Rangel (PSD) e Mabel Canto (PSDB). O debate terá transmissão ao vivo no YouTube da Agência de Jornalismo da UEPG (clique aqui para acessar), na TV Comunitária de Ponta Grossa (Canal 17 na Claro TV) e nas redes dos portais ARede e DCMais.
De acordo com o professor Marcelo Bronosky, do departamento de Jornalismo e da pós-graduação em Jornalismo da UEPG, trata-se de uma oportunidade dos eleitores conhecerem melhor as propostas dos candidatos. “O debate viabiliza um processo eleitoral mais transparente, justo e com participação efetiva da comunidade”, destacou.
O debate continua atraindo o eleitor?
De acordo com o Cientista Político e doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Tiago Valenciano, o perfil do eleitorado mudou, o que faz com que ele se sinta mais atraído por outros tipos de conteúdo. O debate, em seu modelo tradicional, ainda é atrativo, mas não para todos os públicos, conforme o especialista.
Em uma campanha com muitas movimentações digitais, os tradicionais debates só alimentam algo em duas situações: se o formato for totalmente livre e permitir, ou seja, que cada candidato pergunte livremente o que quiser um ao outro; e se os temas esquentarem de alguma forma a tensão eleitoral, ainda mais em um cenário estável como o de Maringá. Mais do que o debate, o eleitor espera os “cortes”, versões resumidas e diretas sobre as disputas entre os candidatos”, afirmou Tiago.
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