PF desvenda planos do golpe de 8 de janeiro; um deles era prender e enforcar Alexandre de Moraes

Segundo a investigação da Polícia Federal, o plano mais extremo propunha a prisão de Alexandre de Moraes e seu enforcamento em praça pública.

  • O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revelou detalhes alarmantes sobre os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro do ano passado. Em entrevista ao jornal O Globo, Moraes afirmou que uma investigação da Polícia Federal desvendou um plano para enforcá-lo na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

    O ministro relatou três planos tramados pelos golpistas. O primeiro previa sua prisão por Forças Especiais do Exército em um domingo, sendo levado para Goiânia. No segundo, o corpo seria descartado no meio do caminho para a capital goiana. O terceiro e mais chocante plano propunha sua prisão e enforcamento na Praça dos Três Poderes.

    Em suas palavras, Moraes expressou seu espanto diante do ódio e agressividade dessas pessoas, ressaltando que “não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”.

    O ministro destacou a importância das ações do STF para evitar o golpe, afirmando que a demonstração clara de que o Supremo Tribunal Federal não toleraria qualquer tipo de golpe foi fundamental para impedir um possível efeito dominó que poderia gerar caos no país.

    Sobre a decisão do ex-presidente Lula de não decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Moraes elogiou a escolha, mencionando que a investigação revelou que os golpistas planejavam invadir o Congresso em Brasília, aguardando a GLO para que o Exército interviesse.

    Moraes refutou as críticas sobre a suposta excessividade das penas aplicadas aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro, destacando que, se as penas máximas fossem aplicadas, ultrapassariam 50 anos, enquanto os condenados receberam no máximo 17 anos. Ele rebateu as críticas, argumentando que “se não quisessem ser condenados, não praticassem nenhum crime” e ressaltou que “a Justiça deve ser igual para todos”.

    Alexandre de Moraes ressalta que as investigações ainda estão em andamento para descobrir quem foram os financiadores e autores intelectuais do ato de 8 de janeiro.

    “Todos aqueles que tiverem a responsabilidade comprovada, após o devido processo legal, serão responsabilizados”, explica. “Todas as pessoas sobre as quais a Polícia Federal encontrar indícios serão investigadas, desde os executores até eventuais políticos. Mas isso a investigação é que vai demonstrar”.

    Ao ser questionado sobre qual foi a lição aprendida diante dos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023, o ministro Alexandre de Moraes declara:

    “A primeira [lição] é impedir a continuidade dessa terra sem lei das redes sociais. Sem elas, dificilmente (os atos golpistas) teriam ocorrido de forma tão massiva. Na parte criminal eleitoral, todos os políticos, quando houver comprovação de participação, devem ser alijados da vida política, além da responsabilidade penal. Quem não acredita na democracia não deve participar da vida política do país.”

    Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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