Em entrevista ao Maringá Post, Michael Tamura falou sobre os projetos que já são desenvolvidos pelo setor na cidade e disse o que ainda falta para o segmento seguir avançando: “O Turismo tem necessidades muito específicas”.
Por Victor Ramalho
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, o Turismo foi responsável por gerar 10% dos empregos com carteira assinada no Brasil em julho, melhor resultado do setor desde o fim da pandemia. Somente em 2023, foram mais de 130 mil empregos gerados pelo segmento em todo o Brasil.
Maringá conhece bem o potencial do Turismo. Nos últimos anos, um esforço ordenado envolvendo poder público, sociedade civil organizada e iniciativa privada tem se dedicado a tornar a cidade um atrativo Turístico. Um dos projetos contemplados neste período foi a Maringá Encantada, considerado um case de sucesso do setor.
Ao Maringá Post, o presidente do Visite Maringá (antigo Convention & Visitors Bureau), Michael Tamura, afirmou que o setor tem potencial para colaborar – e muito – com o desenvolvimento econômico da cidade. Entrevistado desta segunda-feira (18) da Série de Entrevistas “O futuro de Maringá”, o empresário lembrou como o segmento é capaz de envolver toda uma cadeia produtiva.
“Nós esquecemos que, quando o turista vem para a cidade, ele não fica restrito apenas ao ambiente do hotel, ele consome em nossos restaurantes, supermercados, farmácias, então ajuda a movimentar toda a cadeia produtiva. Temos relatos de associados, por exemplo, que recebem hóspedes que vem para Maringá fazer tratamentos médicos e precisam ficar hospedados 30, às vezes 40 dias seguidos em hotéis de alto padrão, então são pessoas que têm um bom poder aquisitivo e decidem injetar seus recursos aqui”, disse.
Tamura explica que o setor se organizou na cidade, nos últimos anos, em busca de realizar um ‘diagnóstico’ do Turismo. Com dados consolidados, os empresários sentem mais segurança em investir. Ele cita, por exemplo, que foi na cidade que nasceu o primeiro Observatório do Turismo no Brasil.
“O Convention foi o responsável por apoiar e estruturar várias ações dentro do município. Acho importante a gente lembrar alguns, como a formação do primeiro Observatório do Turismo do Brasil, que foi o primeiro programa de acompanhamento de indicadores. Por meio dele, pudemos observar a evolução do mercado, ocupação de leitos de hotelaria, a disponibilidade de espaço para eventos e isso se perpetua quando vemos o mercado evoluindo. Hoje, temos grandes redes hoteleiras e um mercado que está se reposicionando aqui na cidade”, declarou.
“O Turismo tem necessidades muito específicas”
O presidente do Visite Maringá, que também é empresário do segmento, afirma que o grande desafio para o Turismo é criar as ‘ocasiões’ que podem trazer turistas para a cidade. A Maringá Encantada, como citada anteriormente, é um exemplo desse esforço. No entanto, na visão dele, ainda é preciso mais.
“O Turismo é uma economia que depende de um recurso que vem de fora, externos ao do município, de pessoas que vem de outras regiões. Nosso papel é criar a ocasião, os eventos que façam com que o turista venha e tenha interesse em ficar na cidade. São várias ações que contemplam e fazem com que as pessoas permaneçam na cidade e injetem esse recurso limpo em nossa economia. Temos muito potencial para isso”, disse.
“O que sinto que ainda pode ser alavancado é buscarmos cada vez mais projetos. A Prefeitura tem desenvolvido isso, temos o exemplo do Maringá Encantada, que é um grande sucesso, mas podemos buscar mais, validar mais a potência e a força que o setor do turismo tem. Faz com que o empresário acredite cada vez mais e, com isso, invista cada vez mais nesse segmento”, completou.
Na visão de Tamura, o próximo prefeito precisa seguir uma linha do que já acontece atualmente, mantendo o diálogo com o setor produtivo em vista de entender as particularidades de cada segmento.
“Nosso futuro prefeito precisa estar aberto a enxergar todas essas peculiaridades dos diferentes setores. O Turismo tem necessidades muito específicas e nós vimos isso durante a pandemia, vendo com o diálogo com o poder público foi importante. Com isso, precisamos de um chefe do Executivo disposto a ouvir as nossas necessidades e que seja uma pessoa, de fato, acessível, como temos tido nos últimos anos. Estamos muito contentes em termos hoje uma secretaria municipal que carrega o nome a bandeira do turismo, consideramos algo fundamental para ter uma porta de entrada sempre aberta com este setor”, finalizou.
Foto: Arquivo/Acim
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