Vereadora de Maringá diz que tem sofrido ameaças por causa de projeto de lei

O projeto, que tinha como principal objetivo regulamentar a atuação da zeladoria urbana, gerou uma onda de controvérsias e desinformação.

  • Na manhã desta terça-feira (19), durante a sessão ordinária na Câmara de Maringá, a vereadora professora Ana Lúcia (PDT) usou o espaço da tribuna para relatar que tem enfrentado uma série de ameaças e ataques após apresentar um projeto de lei que buscava garantir os direitos e a dignidade da população em situação de rua.

    O projeto, que tinha como principal objetivo regulamentar a atuação da zeladoria urbana, foi vazado nas redes sociais em julho deste ano, o que gerou uma onda de controvérsias e desinformação.

    Uma das finalidades da proposta era vedar a zeladoria urbana de fazer abordagens noturnas com pessoas em situação de rua, visto que toda a rede de acolhimento e atenção à população de rua funciona apenas durante o dia.

    Entretanto, algumas pessoas interpretaram, de forma equivocada, que a intenção do projeto era proibir a atuação da Polícia Militar em abordagens a pessoas em situação de rua. De acordo com a vereadora, alguns canais de informação também associaram o nome dela aos recentes atos criminosos ocorridos em Maringá.

    “Meu projeto de lei trata exclusivamente das ações da zeladoria urbana. Ele [o projeto] foi levado à exposição pública de modo sensacionalista, com o objetivo de gerar polêmica antes mesmo de chegar à pauta desta Casa. […] Este projeto de lei jamais proibiu que a Polícia Militar atue para investigar crimes, para fazer abordagem”, explica a parlamentar.

    Ao final de sua fala, Ana Lúcia condenou a associação injusta entre a população em situação de rua e atos criminais, enfatizando que essa ligação é uma forma de criminalizar a pobreza. Segundo ela, a prioridade do município deveria ser a reinserção dessas pessoas à sociedade e não o seu extermínio.

    As ameaças e ataques à vereadora estão sendo tratados pelas autoridades competentes para a responsabilização criminal dos responsáveis.

    Foto: CMM

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