Em recente levantamento do Datafolha, foi revelado que 42% dos entrevistados nunca confiam nas palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto 23% manifestaram confiança total em suas declarações. O estudo também mostrou que 34% dos participantes acreditam nele de forma ocasional.
A pesquisa, realizada em 139 cidades brasileiras, entrevistou 2.016 pessoas maiores de 16 anos, entre os dias 12 e 13 de setembro. O levantamento tem uma margem de erro de dois pontos percentuais, tanto para mais quanto para menos.
Conforme ressalta a Folha S. Paulo, Lula, conhecido por sua verborragia desde seus mandatos anteriores (2003-2010), tem, no seu atual mandato, enfrentado críticas acerca de algumas de suas declarações, sobretudo na área de política externa.
No último encontro do G20, realizado em Nova Déli, o presidente brasileiro fez um comentário polêmico ao mencionar que o presidente russo, Vladimir Putin, não deveria temer ser preso ao comparecer ao Brasil para a próxima cúpula do grupo. Vale lembrar que existe um mandado de prisão contra Putin emitido pelo TPI (Tribunal Penal Internacional) por supostos crimes de guerra.
Diante da repercussão negativa, Lula tentou esclarecer sua posição em entrevistas posteriores, afirmando que a decisão sobre a prisão de Putin estaria nas mãos da Justiça e não do Executivo. Entretanto, questionou a legitimidade do TPI, ainda que o Brasil reconheça a corte e tenha inclusive contribuído com a nomeação da juíza brasileira Sylvia Steiner para compor seu quadro.
Outras declarações controversas do presidente incluíram temas variados, desde a guerra na Ucrânia até a obesidade do ministro Flávio Dino, além de críticas direcionadas aos Estados Unidos e sugestões polêmicas sobre o Supremo Tribunal Federal.
O atual cenário de Lula, quanto à percepção pública de suas palavras, não difere muito do de seu antecessor, Jair Bolsonaro. Durante o mandato de Bolsonaro, o Datafolha mostrou que 44% dos entrevistados nunca confiavam em suas declarações, 19% sempre confiavam, e 36% confiavam ocasionalmente.
Esses números ressaltam como as declarações polêmicas de ambos os presidentes parecem influenciar de maneira similar a percepção popular acerca da confiabilidade de suas palavras.
Foto: Agência Brasil-Arquivo
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