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O hacker Walter Delgatti Neto foi convocado a depor na CPMI do 8 de janeiro nesta quinta-feira. Durante a inquirição, ele foi questionado pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e teve um duro embate com o ex-juiz da Lava-Jato, alvo do vazamento de conversas promovidas por ele em 2019 — que ficou conhecido como Vaza-Jato.
Moro destacou a ficha corrida do depoente na Justiça e Delgatti rebateu dizendo que o senador é um “criminoso contumaz”. Chamado de “bandido que foi preso”, ele declarou que o parlamentar só não está preso porque recorreu ao foro privilegiado.
O senador iniciou seus questionamentos dizendo que sua equipe tentou levantar os antecedentes criminais de Delgatti mas teve dificuldades porque a lista é “bastante extensa”, e perguntou a quantos processos por crimes de estelionato ele respondeu ou responde. O hacker disse ter respondido a “cerca de quatro ações” e que foi absolvido em todas elas, e alegou que foi vítima de uma perseguição de um promotor e de um delegado em Araraquara.
Na sequência, Moro citou uma condenação em um caso em que Delgatti foi condenado, mas a pena não foi aplicada porque houve a prescrição do crime, por estelionato, por ter causado prejuízos a 44 clientes do banco Itaú, desbloqueando e utilizando seus cartões de crédito.
“Quantas pessoas foram vítimas do estelionato que o senhor praticou?”, questionou Moro.
“Relembrando que fui vítima de uma perseguição em Araraquara, inclusive equiparada à perseguição que Vossa Excelência fez com o presidente Lula e integrantes do PT, e ressaltando que eu li as conversas de vossa excelência, li a parte privada, e posso dizer que o senhor é um criminoso contumaz, cometeu diversas irregularidades e crimes”, rebateu Delgatti.
O ex-juiz então pediu que o hacker fosse advertido “que não pode chamar um senador de criminoso e cometer o crime de calúnia”.
“Eu peço escusas então”, disse o depoente, utilizando uma expressão que usada com frequência pelo próprio Moro.
O senador Cid Gomes, que presidia a CPMI no momento do embate, pediu que Delgatti respeitasse o plenário da Casa e ele disse que retirava o que disse e pediu novamente “escusas”.
“O bandido aqui, desculpe, senhor Walter, que foi preso é o senhor”, prosseguiu Moro.
Interrompendo o senador, Delgatti afirmou que “o senhor não foi preso porque recorreu ao foro por prerrogativa de função”.
“O senhor foi condenado… o senhor foi condenado… o senhor é inocente como o presidente Lula então, é isso?”, rebateu Moro.
Cid Gomes então solicitou que houvesse “respeito de ambas as partes”. “A testemunha deve ser tratada com respeito e é obrigação desta presidência assegurar que os integrantes desta Casa sejam tratados com respeito. Por favor, que não se repita mais”, declarou.
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