O presidente brasileiro, Lula desinforma a população sobre a realidade na Venezuela. A crítica foi publicada na Folha de S.Paulo, pelo jornalista e comentarista político, Diogo Schelp.
Ele aponta que a postura de Lula de reaproximação diplomática com o governo de Nicolás Maduro passa longe de um mero exercício de pragmatismo, sugerindo um endosso à ditadura venezuelana.
Lula, ao defender a legitimidade do governo de Maduro, afirmou que considera “a coisa mais absurda do mundo as pessoas que defendem a democracia negarem que você era presidente da Venezuela, tendo sido eleito pelo povo”.
Schelp destaca que essa posição ignora o fato de que Maduro está há dez anos no poder sem eleições justas e de que seu regime é responsável pela opressão e perseguição a opositores e jornalistas, inclusive com violações de direitos humanos relatadas por uma comissão independente da ONU.
O jornalista chama atenção ainda para a tentativa do presidente brasileiro de sugerir que a Venezuela construa uma nova narrativa para mudar a opinião global, sem admitir os problemas políticos e econômicos reais enfrentados pelo país sul-americano.
Schelp também critica Lula por culpar os Estados Unidos pelo desastroso estado econômico da Venezuela, quando, segundo ele, a realidade é resultado de duas décadas de políticas mal orientadas implementadas primeiro por Hugo Chávez e depois por Maduro.
O comentarista destaca que o pragmatismo e a retomada do diálogo com a Venezuela não devem implicar na negação de abusos e na disseminação de desinformação para a população brasileira sobre a natureza do governo de Maduro.
Essa postura do presidente brasileiro, segundo Schelp, não contribui para uma reaproximação bilateral adequada, mas sim para um alinhamento político com a ditadura venezuelana, colocando Lula na posição de defensor de um regime autoritário.
Foto: Agência Brasil
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